Análise: Kao the Kangaroo

Depois de quase 20 anos, Kao the Kangaroo está de volta. O tempo dos platformers de mascotes está mais ou menos ultrapassado, mas ainda restam algumas boas séries como Ratchet & Clank que teve um lançamento recente, um excelente lançamento, tendo sido até jogo do ano aqui no ComboCaster. Kao the Kangaroo não tem o mesmo nível de popularidade que outras séries do género, mas os jogos têm uma legião de fãs e esses aguardavam com antecipação um novo lançamento.

Infelizmente para Kao the Kangaroo, enquanto que Ratchet & Clank para a PS4 e especialmente Ratchet and Clank: Rift Apart para a PS5 parecem jogos lançados ontem, Kao the Kangaroo parece um jogo lançado na era da PlayStation 2. Não digo isto a nível visual, mas sim nas suas mecânicas, progressão e level design. Kao the Kangaroo é um jogo de plataforma 3D simples e divertido. O jogador tem de explorar níveis à procura de itens colecionáveis, derrotar inimigos com um sistema de combate básico e desbloquear novas habilidades à medida que progredimos. É esta estrutura simples que evoca os principais lançamentos da era da PlayStation 2.

A história de Kao the Kangaroo também não é super elaborada. Kao está à procura dos seus familiares desaparecidos e essa busca leva-o por selvas, cavernas e templos. No geral é um jogo e um mundo bonito. É tudo muito previsível, mas de uma forma nostálgica. No entanto sentir nostalgia neste jogo baseia-se em sentir nostalgia por uma abordagem ao género, já que a maioria dos jogadores não irão sentir qualquer nostalgia pela personagem em si. Se gostam de explorar cada nível à procura de letras, cristais e pedaços de corações então este é o jogo para vocês. No entanto quem se habituou e prefere uma abordagem mais moderna ao género como a que vimos em Ratchet & Clank: Rift Apart irá ter problemas aqui.

Os níveis do jogo são também extremamente lineares. Os níveis ramificam-se através de áreas centrais relativamente grandes. Kao tem um combo de três golpes, um golpe mais poderoso depois de causar dano suficiente, uma habilidade de esquiva e um salto duplo. A escrita do jogo é realmente pobre também e parece tão desatualizado como alguns conceitos do jogo. Algumas das mecânicas parecem um pouco desleixadas. Podemos adicionar poderes às luvas de Kao e a mecânica é usada para alguns puzzles. Esta é uma ideia decente mas por vezes as luvas ganham os poderes errados. Existem outros pequenos bugs e problemas como a detecção da borda para Kao se agarrar, existem problemas de pop-in e a música corta sem razão aparente às vezes.

Visualmente este é um jogo moderno. O estilo escolhido é colorido, cartoon e realmente muito bom. A animação é também realmente boa e a performance não tem um defeito que possa apontar. A música é também realmente boa, combinando na perfeição com o jogo. Apesar das suas falhas este é um jogo divertido que nos remete para uma era de que muitos têm saudades. Basear um lançamento em nostalgia nem sempre é uma boa ideia e a execução não é perfeita, mas se gostam do género e querem jogar algo novo, pode ser uma proposta a considerar.

Share this post

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ComboCaster