Análise: Lamplight City

Lamplight City é um jogo de aventura que tem como palco um mundo Steampunk da era vitoriana. O protagonista é um detetive privado que costumava ser polícia até à morte do seu parceiro. Como na força da polícia não conseguiu investigar o caso, tornou-se detetive privado, tendo de investigar pequenos e estranhos casos para conseguir pagar as suas contas. É nestes casos que a sua vida muda já que todos eles parecem envolver alguns elementos mágicos e sobrenaturais.

Como detetive, o jogador tem de explorar cenas de crime à procura de pistas, falar com testemunhas e suspeitas e acima de tudo resolver puzzles. Nem todos os crimes parecem ter solução e podemos ter o acesso à certas localizações cortado porque simplesmente não visitámos os locais pela ordem mais correta.

O jogo começa por ser bastante promissor. Gostei do setting, bastante até, a história é intrigante e os casos interessantes, mas aos poucos o jogo vai-se perdendo em más decisões. O mundo que começa por ser fascinante por exemplo, começa a perder-se numa notória falta de direção. Quem conhece o género steampunk, seja através de livros, banda-desenhada, jogos ou filmes, sabe que muitas vezes é associado à era Vitoriana, mas por vezes esta é modificado ligeiramente para acomudar outras culturas. Infelizmente Lamplight City começa a misturar a cultura do Sul dos Estados Unidos, fantasia e até elementos modernos no mundo e simplesmente fica estranho. E isto vem de alguém que até gosta bastante de Steampunk Fantástico.

O jogo tem claramente uma crise de identidade que poderia ser explicada por problemas no orçamento, mas mesmo os casos em si parecem misturar elementos demasiado negros para o tom jovial do jogo. Temos tiroteios, envenamentos, raptos e outros outros casos violentos para resolver e pessoalmente não tenho problemas com isso, mas no jogo em questão pode ser um pouco demais. Outro aspeto frustrante do jogo tem a ver com a sua fixação em nos bloquear o acesso às coisas. Demasiadas vezes somos barrados de aceder a certos locais ou falar com certas personagens e raramente percebemos o porquê. Felizmente o jogo também faz um bom trabalho em nos chamar à atenção a tudo com que podemos interagir, pelo que pelo menos garante que muito raramente deixamos algo por interagir.

Lamplight City tem alguns problemas, principalmente por não indicar ao jogador ou pelo menos dar uma dica, se ele pode fazer mais alguma coisa no caso ou não. Cedo percebemos que podemos fazer as coisas de forma errada e isso nos deixa bloqueados e temos que fechar o caso mesmo que fique por resolver, mas por vezes acabamos por fechar o caso simplesmente porque não conseguimos encontrar mais por continuar e assumimos que o caso já não tem solução e novamente, apenas assumimos isso porque sabemos que é um resultado possível. O sistema de inventário também não ajuda a tornar esta parte do jogo melhor.

Felizmente Lamplight City conta com locais interessantes, boa arte e um sentido de humor bastante engraçado. Existem aqui pequenos elementos muito bons e é realmente pena que o jogo tenha tanta falta de foco, indo buscar ideias a demasiadas fontes e no final acabar por falhar por causa de falhas nas mecânicas base no seu conceito principal.

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