Análise: MotoGP 22

Qualquer simulador deve ser realista. Nos últimos temos visto a aparição de muitos simuladores muito ridículos como Goat Simulator, mas pelo menos nos simuladores de condução o lema do realismo continua a mandar. Sejam carros ou motas, os jogadores do género gostam de veículos licenciados e um estilo de condução realista. Muitos dos grandes lançamentos costumam ter várias opções no que toca ao realismo para poderem acomodar jogadores de variados níveis de habilidade, no entanto cada jogo tem sempre o seu próprio equilíbrio entre simulação e jogabilidade mais arcade, especialmente porque é importante que um jogo continue a ser divertido.

MotoGP 22 inclina-se mais para o lado da autencidade do que para o realismo. É impressionante o trabalho feito no aspeto das motas e nota-se muito esforço em criar um sentimento específico no controlo de cada uma. No entanto este jogo está longe de ser uma simulação. A série sempre foi conhecida por ser difícil. O controlo das motas não é de todo fácil para novatos, mas nota-se que este ano houve um esforço para tornar o jogo mais acessível, mesmo que a maioria das novidades venham na forma de tutoriais. Os tutoriais são agora mais e mais detalhados, aprofundante muitas das mecânicas do jogo.

De forma muito resumida, MotoGP 22 é essencialmente o que esperamos de um jogo do género. O jogo não exagera em nada o que se passa no desporto que lhe dá nome. Não há boosts e saltos nem drifts nas curvas. Este é um jogo bastante enraizado no desporto e o melhor que vão conseguir fazer é levantar um cavalo para celebrar a vitoria. Tal como Gran Turismo ou Forza, o jogo está cheio de ajudas que podem ser implementadas de forma automática durante as corridas ou apenas ajudas visuais. Dominar as curvas não é fácil, por isso o jogo tem as agora tradicionais linhas que nos ajudam tanto nos ângulos de abordagem como a saber quando travar e qual a velocidade recomendada para a curva.

São este tipos de ajudas que tornam o jogo muito mais acessível e o facto de serem completamente opcionais faz com que os veteranos possam ter o desafio que estão à procura se assim o desejarem. Mas este tipo de jogos tem que oferecer duas coisas muito específicas para ser realmente bom. Uma boa percepção de velocidade é que as motas sejam boas de controlar. Sentir que as motas são diferentes em si é muito importante e estas têm que fazer o jogador sentir-se no controlo, ao mesmo tempo que se mantêm realistas.

O sentimento das motas aqui está realmente muito bom para uum simulador. Temos que travar muito cedo nas curvas e a velocidade das motas está muito bem retratada. As curvas são verdadeiros desafios em si próprias. Sabemos que temos que travar bastante antes, mas até dominar esses tempos juntamente com os tempos para curvar e deixar o piloto recuperar não é de todo tarefa facil. As curvas são um dos aspetos principais de um jogo deste género, especialmente de um MotoGP, mas com a tecnologia cada vez mais evoluída, é fantástico ver que podemos ser mais agressivos nas curvas agora porque conseguimos ter mais controlo e não vamos sair disparados porque o jogo detectou que passámos 1cm na terra. As reações das motas mais realistas dão sobretudo mais controlo ao jogador.

Podemos ver que este é um jogo moderno também ao não olhar para as quedas como um castigo para o jogador. Obviamente que ninguém quer caír e tem que haver consequencias, mas os criadores de MotoGP 22 também sabem que um jogo não deve ser demasiado frustrante. Ter de repetir uma corrida porque na última curva nos chamaram e nos distraímos é realmente frustrante e o jogo incluiu a possibilidade de recuar no tempo quando isso acontece. Em termos de modos de jogo podem contar essencialmente com melhorias nos modos tradicionais. O modo carreira por exemplo está cheio de pormenores fantásticos, desde equipas oficiais até ao detalhe a que podemos ir na gestão de uma equipa.

Em termos de apresentação já referi acima que as motas estão deslumbrantes, mas isso acontece em todos os elementos do jogo. As pistas são vibrantes e muito detalhadas, os menus coloridos e até os pilotos são ótimos. A única crítica que posso fazer neste aspeto é que falta alguma vida nas pistas. Elas parecem realmente fantásticas, mas falta-lhes vida nos ambientes, parecendo que estamos a correr numa miniatura altamente detalhada. A implementação que foi feita do DualSense é também soberba, dando ao jogador um feedback de tudo o que a mota está a passar.

MotoGP 22 é um jogo que conhece o seu público, mas não tem problemas em procurar outros. É tecnicamente muito bom e contém tudo aquilo que podemos associar à um jogo lançado este ano, tanto em modos para um jogador como toda uma panóplia de modos para vários jogadores, tanto online como offline. Se são fãs da modalidade, MotoGP 22 é obrigatório.

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