Análise: Slipstream

A quantidade de jogos inspirados nos jogos de corridas da era 16bit a serem lançados nos últimos anos é notável. Jogos coo Hotshot Racing mostraram que muitos jogadores têm boas memórias destas experiências arcade e saudades de jogos de corrida mais simples mas desafiantes e diretos. Slipstream é o mais recente jogo a entrar para a lista do género e apesar de Slipstream vir um pouco atrasado para a festa para ser verdadeiramente único e original, é um jogo muito divertido, com visuais muito bons e que não fica em nada atrás da concorrência.

As fontes de inspiração de Slipstream não mais do que óbvias. Não podemos olhar para este jogo e não ver vários jogos de corrida arcade dos 80 e inícios dos anos 90. Mas isto não quer de todo dizer que não existam elementos que pareçam frescos e neste género retro o mais importante é a execução e a forma como o jogo moderniza conceitos antigos e nesse aspeto Slipstream tem muito sucesso. Em termos de modos de jogo temos primeiro o modo Grand Prix. Este modo consistem em torneios compostos por várias corridas, sendo o objetivo ter a pontuação geral mais alta. Depois temos o modo Grand Tour que consiste em cinco pistas ligadas e as quais temos de completar dentro do tempo limite. O modo Cannonball é muito semelhante a este último mas com mais opções, permitindo corridas super longas por exemplo. O jogo tem quinze pistas e todas parecem bastante únicas.

A jogabilidade é em tudo semelhante ao clássico Out Run e da sua sequela. Embora seja possível passar pela maioria das curvas simplesmente virando e travando, mas para obter bons tempos temos que dominar o sistema de drift. O drift é feito exatamente da mesma forma que noutros jogos do género ou até Mario Kart, bastando carregar brevemente no travão para iniciar o deslize e depois acelerando novamente. O sistema não é tão fácil de utilizar como em outros jogos, sendo preciso algumas corridas para dominar o sistema mas assim que o dominamos o jogo torna-se muito gratificante. O único problema é que este sistema entra um pouco em colisão com o design das pistas. Muitas pistas têm muitas curvas e contra-curvas que não tiram partido do sistema de drift e conseguir usar drift em algumas das curvas é quase impossível.

Felizmente sempre que o jogo se torna um pouco frustrante podemos usar o botão de retrocesso que permite trazer a ação de volta alguns segundos, permitindo que errar uma vez não estrague a corrida. Este é o tipo de novidade que moderniza completamente uma experiência retro em algo mais moderno. Com o tempo vamos usando menos e menos esta mecânica mas é ótimo que ela exista no jogo.

Em termos de apresentação, como referi acima, Slipstream é realmente bom. O aspeto do jogo só não parece mais impressionante porque existem muitos outros jogos tão bonitos como este, mas não podemos retirar mérito ao jogo por ser tão bonito como outros jogos. Existem algumas referências a Sonic também, algo que talvez seja um acenar de cabeça ao jogo Outrunners, o terceiro jogo da série Out Run e que contava com várias personagens da série Sonic. A música consiste em músicas inspiradas nos anos 80 e combinam na perfeição com o jogo.

Slipstream conta ainda com multijogador local, algo que é muito raro de ver atualmente e não podia ser mais bem vindo e é talvez o aspeto mais retro do jogo, dada a quase extinção de modos de ecrã dividido em novos lançamentos. Slipstream pode não ser o jogo mais inovador do mercado, mas aquilo que faz, faz realmente bem. É um jogo conservador que não corre muitos riscos e esse é talvez o seu pior problema, mas se gostam de jogos de corrida retro, Slipstream é uma das melhores propostas.

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