Análise: Metal Max Xeno Reborn

Metal Max Xeno Reborn é um JRPG que faz parte da longa série de jogos Metal Max, a qual eu desconhecia completamente. A série é longa, tendo a sua origem na antiga NES e tendo lançamentos constantes até aos dias de hoje, apenas com alguns anos entre cada entrada. A série demorou até chegar ao ocidente e nunca teve a popularidade de outros jogos e séries do género, com algumas das entradas da série a não serem bem recebidas. Metal Max Xeno foi lançado originalmente para a PlayStation 4 e PlayStation Vita e não foi propriamente bem recebido na altura. Metal Max Xeno Reborn é um remake de Metal Max Xeno, mas julgando pela recepção, muitos dos problemas do jogo original parecem continuar neste remake.

Pessoalmente não consigo fazer a comparação com o jogo original, portanto esta análise focará o jogo como se este fosse um lançamento único. Metal Max Xeno Reborn é único no género dos JRPGs, ocorrendo num futuro mais perto de Mad Max do que de um mundo de fantasia. A humanidade desenvolveu uma super-IA chamada NOAH para nos ajudar com toda a destruição que os humanos causaram no ambiente natural. NOAH como praticamente todas as IA que conheço do mundo do cinema, decidiu que a humanidade era o problema e começou a fazer tudo para nos exterminar. O jogador joga como Talis, ou outro nome que escolham já que podem alterar. Talis torna-se o salvador de toda a humanidade e para a salvar temos de lidar com a arma final de NOAH, o Catastropus, e para isso Talis precisa encontrar algumas armas e algumas pessoas para usá-las.

Metal Max Xeno Reborn é bastante leve na componente narrativa. Este é um elemento que é raro ver no género mas é sempre bom um jogo que nos deixa explorar à vontade e tirar as nossas conclusões. Metal Max Xeno Reborn não segue as regras normais da fantasia, ignorando as espadas mágicas e encantadas e trocando-as por tanques. O jogador encontra um tanque na sala adjacente aquele em que começa e, embora existam muitas seções onde tenhamos de seguir caminho a pé, a maior parte da ação é feita através de um tanque. Alguns dos momentos mais emocionantes do jogo são quando encontramos novos tanques no deserto e a maior parte da estratégia de combate envolve colocar o armamento certo no tanque.

Durante a batalha em si não há muita flexibilidade, sendo uma mistura entre tempo real e combate por turnos. A estratégia é sempre conhecer as fraquezas dos inimigos e equipar armamento conforme essas fraquezas. É basicamente um RPG linear. À medida que o jogador avança de área em área, caça e enfrenta monstros que são bascaimente bosses. Alguns bloqueiam diretamente o caminho, outros podem ser contornados e alguns precisam ser descobertos. Todos eles lutam e dão luta, sendo fácil o jogador encontrar-se numa situação desfavorável e sem preparação. Nem sempre conseguimos preparar-nos à primeira e sem jogar primeiro. Felizmente, morrer não é um problema gigante. O sistema de batalha é meio confuso. Os inimigos que andam pelo mapa só voltam se o jogador descansar e caso contrário podemos voltar atrás a saber que não encontraremos inimigos. Para entrar em batalhas temos de alertar os inimigos e nem sempre o sistema funciona bem.

Metal Max Xeno Reborn é incrivelmente básico, principalmente na componente visual já que os gráficos estão ao nível da Nintendo Switch ou da PlayStation Vita. A UI é também muito confusa, com muitos elementos a não serem óbvios e outros que eu simplesmente ignorei porque não consegui encontrar e assumi que não existiam. Também não há muito no que toca a tutorial. O jogador é deixado para descobrir muitas das mecânicas por conta própria. Algumas armas parecem fracas, mas no seu uso são até úteis, tendo bons resultados, mas olhando para as estatísticas não percebemos bem o porquê. O arsenal em Metal Max Xeno Reborn é grande e sem uma boa representação do poder do armamento, torna-se difícil acompanhar e analisar o que vamos recebendo. A narrativa em si é bastante básica também, mas consegue ser envolvente. Há uma boa variedade de membros do grupo para escolher, mas nem todos são interessantes o suficiente. À medida que os vamos conhecendo, as suas linhas de diálogo oferecem-nos mais elementos da história, mas no geral a escrita não é boa.

Apesar das suas falhas, Metal Max Xeno Reborn consegue ser um jogo interessante. É essencialmente por ser único que se destaca, com o foco nos tanques e combate com monstros gigantes de metal. Não consigo avaliar se Metal Max Xeno Reborn faz um bom trabalho a resolver os principais problemas do original, mas avaliando por muitos dos elementos que parecem antiquados, Metal Max Xeno Reborn está longe de ser um verdadeiro remake.

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