Análise: Exit: The Curse of Ophir

Exit: The Curse of Ophir é um jogo de puzzles de inspiração em escape rooms e que é a adaptação dos jogos físicos com o mesmo nome. Estes jogos têm a particularidade de servirem essencialmente para uma sessão apenas já que no decorrer do jogo irão destruir parte do jogo, abrindo dicas e escrevendo em outras peças. Exit: The Curse of Ophir não é uma adaptação de nenhum dos jogos físicos lançados mas sim uma aventura exclusiva que segue a mesma jogabilidade e certamente foi buscar alguns elementos ao jogo que o inspirou.

Para quem já jogou jogos de aventura ou puzzles, Exit: The Curse of Ophir não deixou de me surpreender pela positiva por um aspeto, a lógica dos seus puzzles. Enquanto muitos jogos deste género parecem focados em puzzles que têm lógica apenas no universo do jogo, Exit: The Curse of Ophir consegue surpreender pela inteligência do seu desafio. Mesmo quando recorremos a uma dica e descobrimos que a solução estava longe da nossa imaginação, não podemos negar que faça sentido e que talvez tivéssemos chegado lá com mais persistência ou optado por outra linha de pensamento.

Visualmente é um jogo agradável, mesmo que não seja impressionante. O jogo parece desenhado à mão e mesmo não contando com muitas animações, não deixa de ser um jogo atmosférico e colorido, sendo capaz de nos transportar para a época e local do jogo. Não é fácil um jogo conseguir motivar o jogador a pensar nos puzzles em vez de desistir e passar à frente ao fim de pouco tempo. O sistema de dicas de Exit: The Curse of Ophir funciona realmente bem e cada uma acrescenta peças de informação importantes. A única crítica que posso fazer é que podia haver um quarto nível de dicas para que o terceiro não oferece-se a resposta. Várias vezes usei as primeiras duas dicas para ler coisas que já tinha percebido com facilidade e tive que abrir a terceira pista para precisar de ler apenas a primeira linha.

Este não é um jogo com uma história muito detalhada. Podemos encontrar algumas semelhanças com os jogos de objetos escondidos, mas esses costumam ter maior foco na história e menos em puzzles. Exit: The Curse of Ophir não apresenta qualquer tipo de dificuldade em encontrar os objetos que precisamos e a história é simples, sendo o foco os puzzles e este tem dos puzzles mais inteligentes que já resolvi. Isto não quer dizer que não exista narrativa. Apesar de leve, a história do jogo é boa o suficiente para nos manter interessados e é o ambiente que realmente se destaca. Um hotel perdido na montanha é o derradeiro local para um mistério e o jogo usa boas ideias do género e mistura algumas ideias de fantasia e ficção para criar algo único e rico.

Exit: The Curse of Ophir vai buscar quase toda a sua qualidade aos seus puzzles. A dificuldade é justa mas elevada. Não existem aqui puzzles com lógicas dúbias, mas os puzzles são todos eles desafiantes e cada vez se vão tornando mais no decorrer do jogo. Os objetos que precisamos são bastante fáceis de encontrar mas os puzzles em si vão incendiar algumas cabeças. Felizmente não é um jogo longo e o sistema de dicas fornece todas as ferramentas para que este não se torne um jogo frustrante. O principal problema é a falta de razões para repetir o jogo, mas dado o baixo custo esse problema é algo com que facilmente vivo.

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