Análise: Metal: Hellsinger

Metal: Hellsinger é um jogo que me deixou com um sabor ligeiramente amargo na boca. Por um lado tem tudo para eu ficar colado no jogo, uma banda sonora fenomenal, excelentes visuais e gunplay gratificante, por outro lado é um jogo rítmico que lhe retira muito daquilo que me cativou numa primeira instância.

Metal: Hellsinger tem um conceito simples, juntar a jogabilidade de um FPS clássico com um jogo rítmico. Naquilo a que os criadores se propuseram a fazer Metal: Hellsinger acerta na perfeição. Se isso se traduz numa experiência que queiram jogar, as coisas podem não ser tão lineares. A jogabilidade de Metal: Hellsinger pode ser muito boa. Disparar, esquivar e até trocar de arma, tudo é gratificante, no entanto ter que fazer tudo isto ao ritmo de uma música é tudo menos linear e muitos jogadores poderiam preferir um jogo mais tradicional.

Aquilo que separa Metal: Hellsinger de outros jogos rítmicos é que este é também um shooter e como tal temos de evitar ataques, apontar e disparar e tudo aquilo que gostamos de fazer a um ritmo confortável e não a um imposto pela banda sonora do jogo. Ter uma espécie de “flow” na ação impulsionado pela banda sonora num shooter tradicional é algo desejável e divertido, mas quando é imposto o resultado é um tudo ou nada estranho.

Obviamente que o jogo não nos obriga a manter um ritmo, mas o jogo torna-se muito, mas muito, melhor quando o fazemos. Além de sermos recompensados em termos de pontuação, a banda sonora torna-se melhor quando nos mantemos no ritmo. A música é a parte central do jogo e é fenomenal, especialmente para quem gosta de música pesada. As musicas foram todas elas criadas especialmente para o jogo e contam com um elenco de luxo, com nomes de bandas como Trivium, Jinjer, System of a Down, Soilwork, Dark Tranquility e Arch Enemy. Quem é fã do género irá certamente todos estes nomes.

A particularidade do jogo é que apenas ouvimos camadas de som quando atingimos certos patamares do combo. Se não conseguirmos manter o ritmo da música iremos ficar com uma música pouco interessante, apenas com bateria e umas faixas de guitarra, mas quando conseguimos aumentar o multiplicador começamos a ouvir toda a música e o jogo ganha outra dimensão. Infelizmente isto acaba por restringir a jogabilidade. Metal: Hellsinger foi pensado para ser jogado de uma certa maneira e portanto oferece pouco em termos de exploração. Os ambientes são pensados para um caminho linear e depois de percebermos a fórmula o jogo praticamente deixa de apresentar novidades.

Metal: Hellsinger faz uma coisa muito bem e consegue ser divertido. Tendo em conta o preço, acaba por ser difícil justificar as 6 ou 7 horas que demoramos a terminar a história, mas quem gosta do género e se conseguirem encontrar uma promoção, irão encontrar um loop de jogabilidade muito gratificante aqui.

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