Análise: Splatoon 3

Splatoon está de volta e o conceito do jogo continua a parecer tão refrescante como no seu lançamento original em 2015. Além do conceito bizarro se manter fresco tantos anos depois, especialmente porque não há nenhum jogo a fazer exatamente a mesma coisa, a jogabilidade continua tão divertida como no jogo original. Híbridos humanos-cefalópodes lançam tinta uns nos outros e no ambiente, criando campos de batalha salpicados de tinta. As personagens transformam-se de um lado para o outro entre humano e polvos ou talvez lulas, podendo nadar na tinta, emergindo depois para tirar tinta de um balde, disparar a tinta com uma espingarda ou simplesmente espalhá-la com um rolo, reivindicando território com a cor da equipa do jogador.

As arenas são minimamente variadas, mas baseiam-se em ambientes urbanos, indo desde becos da cidade a fábricas abandonadas e armazéns. O design é interessante e apesar de não encontrar aqui nada de verdadeiramente impressionante, é agradável. Splatoon 3 não muda muito na fórmula nem na premissa, mas é muito bom naquilo que faz, oferecendo muito conteúdo e sobretudo batalhas verdadeiramente caóticas. Existem também missões cooperativas e outros mini-jogos, o que faz com que possamos fazer pequenas pausas do modo principal mais competitivo.

Novidade é o novo modo para um jogador. Este modo é surpreendentemente brilhante e transforma a jogabilidade de disparos de tinta numa série de puzzles interessantes. A forma como os criadores de Splatoon 3 encontraram formas novas de utilizar o conceito e jogabilidade que criaram é brilhante. Se Splatoon 3 fosse um afastamento definitivo dos modos competitivos por este modo de apenas um jogador, o jogo continuaria a valer a pena comprar apenas por este modo. É um modo inteligente que oferece até pequenos pormenores de uma história ambientalista que irá ser uma mensagem importante para os mais novos.

Splatoon nunca foi um jogo com grafismo impressionante em termos de realismo e poder gráfico, mas o jogo consegue impressionar com o design. Ontem falei de Xenoblade Chronicles 3 e como o jogo consegue ser visualmente impressionante mesmo tendo em conta o hardware da Nintendo Switch, mas Splatoon 3 consegue impressionar pelo design .A estética do jogo é simplesmente impecável, uma fusão entre arte de rua japonesa , arte urbana e arquitectura futurista. Enquanto que outros jogos podem impressionar com a iluminação, Splatoon 3 impressiona com a sua personalidade irreverente. O jogo tem também uma comunidade bastante grande que enche o jogo de vida. Splatoon 3 não é um mundo realista que parece ter vida própria, mas é um jogo cheio de vida onde a comunidade está presente para bem mais do que jogar um jogo competitivo.

A importância da comunidade não se vê apenas na quantidade e atividade, vê-se também na forma como somos acolhidos. Enquanto que em outros jogos os jogadores são chacinados quando chegam ao jogo, em Splatoon 3 sentimos-nos acolhidos mesmo quando parece que não estamos a acrescentar nada à equipa.

Splatoon 3 não vem revolucionar o género ou o que os dois jogos anteriores fizeram. Vem sobretudo trazer mais e melhor daquilo que fez destes jogos um sucesso. Sejam veteranos ou novos jogadores irão encontrar aqui muito para gostar, tanto com outros jogadores como a solo.

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