Análise: The Last of Us Part I

Com um dos maiores lançamentos do ano a aproximar-se, com o nome de God of War, a Sony lançou também a versão melhorada de um dos seus melhores jogos, não apenas dos últimos anos mas talvez de sempre. A Naughty Dog já se tinha colocado como um dos melhores estúdios em atividade com a série Uncharted, mas foi The Last of Us na PlayStation 3 que cimentou a sua qualidade acima da média.

O jogo é simplesmente fantástico, com um mundo rico, personagens muito bem escritas e toda a história é fenomenal. Infelizmente não teremos um terceiro jogo, pelo menos não tão cedo, mas regressar ao primeiro jogo por uma terceira vez no meu caso não é de todo um tempo mal passado. Visualmente o jogo apresenta-se melhor do que nunca e pessoalmente não vejo problema em atualizar os melhores jogos para tirarem o máximo partido de hardware mais recente. Raramente este tipo de lançamentos são simples alterações nas definições, contendo novas texturas e melhorias técnicas que fazem com que o jogo pareça melhor e se jogue melhor também.

É importante pensar que The Last of Us está quase a chegar aos 10 anos, mas graças ao trabalho feito aqui faz com que pareça um jogo acabado de lançar. A versão Remaster do jogo apresentou um pequeno salto na qualidade visual do jogo, mas era essencialmente o mesmo jogo, The Last of Us Part I para a PlayStation 5 vai um pouco mais além, implementando algumas mecânicas que vimos na sequela lançada o ano passado para a PlayStation 4.

Se o original ficou marcado na minha memória quando o joguei pela primeira vez para a PlayStation 3, posso apenas imaginar o que será jogar pela primeira vez o jogo agora na PlayStation 5. Algumas sequências do jogo estão melhores do que nunca, o jogo está mais assustador e todas as melhorias visuais trazem mais realismo e vida ao jogo. Os pequenos problemas que o jogo possa ter são pequenos problemas que sempre teve no design de nível e jogabilidade.

Existem alguns elementos que não funcionavam muito bem no jogo original e agora, quase dez anos depois e quando já jogámos o jogo várias vezes e em três consolas diferentes, acabam por ser mais notórios. As sequências aquáticas onde temos de transportar Ellie por exemplo. Estas sequências deviam, ou podiam, funcionar como pequenos puzzles, mas não têm a dificuldade necessária para passar por puzzles. É sempre fácil perceber o que fazer e a ação em si é só aborrecida, tornando estas secções pequenas quebras de ritmo. Algumas secções furtivas foram trabalhadas para as tornar mais acessíveis, mas no geral o jogo parece ligeiramente mais inconsistente agora, já que por vezes somos detetados nas mesmas condições em que não fomos detetados momentos antes, sem que o jogador perceba exatamente porquê.

The Last of Us Part I continua a ser um jogo fantástico e muito acessível a todos os jogadores. É possível modificar tudo o que pode tornar o jogo frustrante e a Naughty Dog fez um trabalho impressionante para que todos os jogadores possam tirar o máximo partido do jogo, tenham eles que dificuldade tiverem. The Last of Us Part I é neste momento a versão definitiva do jogo. Podemos um dia voltar a ver um novo lançamento deste jogo, talvez no PC daqui a algum tempo, mas começa a tornar-se difícil perceber como é que a Naughty Dog pode melhorar ainda mais um jogo que foi um 10/10 quando foi lançado originalmente, voltou a ser um 10/10 quando voltou às prateleiras na PlayStation 4 e muito sinceramente continua a ser um 10/10 agora. Pessoalmente não dou notas aqui no ComboCaster, mas The Last of Us é o expoente máximo do que se pode fazer com um videojogo e este relançamento apenas confirma isso.

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