Análise: Frozenheim

O género RTS não vive o melhor momento de sempre. O género viveu os seus melhores anos algures nos anos 2000 , com Starcraft, Command & Conquer e Age of Empires a serem altamente populares entre os jogadores. Com o crescimento de popularidade de outros géneros tornou-se difícil encontrar boas propostas dentro do género. Alguns jogos são realmente bons mas demasiado complexos para o seu próprio bem, outros são demasiado simples para se conseguir retirar uma experiência gratificante deles.

Frozenheim é um RTS que consegue algum equilíbrio entre uma experiência gratificante e mecânicas simples, no entanto o jogo não deixa de parecer um tudo ou nada inacabado. É um jogo simples que mostra boas mecânicas, mas que nunca elabora muito nenhuma delas. Os criadores do jogo descrevem-no como um City Builder e um Colony Sim, mas o jogo nunca vai muito além de um RTS tradicional. Existem realmente mecânicas desses dois géneros aqui, mas não estão desenvolvidas o suficiente para que o jogo possa sequer ser caracterizado como um RTS com elementos de outros géneros.

O jogo tem como palco a era medieval na Escandinávia, onde os clãs vikings dominavam. Este não é um ambiente único, tendo tipo direito a muitos jogos nos últimos anos, mas no que toca a jogos de estratégia, Frozenheim é um dos jogos de estratégia sobre vikings mais bonitos de que lembro. Não posso dizer que me tenha impressionado verdadeiramente com os seus visuais, mas Frozenheim é um jogo bonito.

A jogabilidade base é bastante simples, sendo um dos jogos mais simples do género de que lembro. Construir uma cidade é simples e facilmente podemos construir cidades verdadeiramente massivas. Como podemos acelerar o tempo, também podemos criar essa cidade muito rapidamente. Isto não quer dizer que queiramos fazer isso. Enquanto que em outros jogos podemos criar estas cidades massivas e exércitos enormes, em Frozenheim criar uma cidade massiva faz com que esgotemos os recursos e tenhamos uma cidade mais complicada de defender. Manter as cidades pequenas e fáceis de defender é o caminho mais simples para o sucesso.

Apesar de simples, as mecânica são sólidas. Começamos com um edifício central como num qualquer RTS desde Starcraft a Age of Empires e vamos avançando. O jogo simplifica um pouco as coisas ao retirar o controlo direto sobre os trabalhadores. Existem trabalhadores e precisamos deles para que os edifícios funcionem, mas desde que construamos casas para eles, não temos que nos preocupar muito mais. O jogo também incluiu uma mecânica de felicidade, mas nunca senti que fosse realmente difícil cumprir os requisitos e no geral até me esqueci de que ela existia, até porque deixar os habitantes com fome é raro e depois de no tutorial o jogo pedir para criar todas as casas perto umas das outras isso tornou-se algo que fiz naturalmente.

Além dos modos online e skirmish, o jogo tem uma campanha com uma história. O jogo está dividido em níveis numa estrutura de RTS tradicional, mas a história não é muito memorável. As missões também não deixam uma impressão muito boa, sendo um pouco lentas e no geral deixam-nos sempre a pensar que podíamos estar a jogar um cenário qualquer. A história também parece procurar uma urgência que o jogador nunca sente durante o jogo, que é realmente calmo.

O combate no jogo é também muito simples, as unidades não são surpreendentes e as mecânicas são realmente fáceis de perceber. O jogo adiciona alguns elementos como habilidades para dar profundidade ao combate, mas o resultado fica aquém. As habilidades têm tempos de cooldown curtos e basicamente o que o jogador acaba por fazer é ativar as habilidades sempre que as unidades entram em combate.

Apesar das suas falhas, gostei bastante de Frozenheim. O ritmo relaxante do jogo é agradável, visualmente é bonito e gostei bastante da banda sonora. Se gostam do género e não estão à procura de um jogo perfeito, Frozenheim pode ser uma experiência interessante, mas não venham à procura de algo que irá ser único e polido até à perfeição.

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