Oakenfold é um novo roguelite Indie que apareceu do nada, pelo menos para mim, e rapidamente se tornou um dos meus jogos Indie favoritos do ano e do género. Ao contrário de muitos outros jogos do género que praticamente ganham o dia a frustrar o jogador, Oakenfold é surpreendentemente calmo. O combate de Oakenfold é por turnos, com o jogo a forçar-se mais no planeamento das nossas ações do que em reflexos e combates frenéticos como na maioria dos jogos do género.
Este é o segundo jogo nas minhas análises recentes que foi desenvolvido por apenas uma pessoa e tal como o outro lançamento, Oakenfold é surpreendente. Não se trata de ser surpreendentemente bom para um jogo desenvolvido por apenas um criador, mas sim surpreendentemente bom e ponto final. A história do jogo é bastante leve, com uma cutscene no início do jogo a explicar praticamente tudo o que precisamos de saber. Essencialmente, Asha, a personagem principal do jogo é a última esperança da humanidade contra um inimigo alienígena que praticamente levou a humanidade quase até à extinção.
Asha precisa de lançar o último reduto da humanidade para o espaço e assim salvar a nossa raça, mas para isso precisa de derrotar muitos Biocites até chegar ao boss final. Oakenfold é um jogo mais calmo que a maioria dos jogos do género, mas está longe de ser um jogo fácil e apesar de o jogo ser curto, até conseguirem chegar com sucesso ao boss final é realmente o derrotarem podem contar com quase 20 horas de jogo. Isto vai depender muito da vossa habilidade, mas não contem com menos do que isso. Infelizmente o jogo não muda muito em termos de história enquanto vão ocupando estas horas todas, mas o importante num jogo deste género é a jogabilidade, apesar de o criador do jogo prometer mais conteúdo no futuro que podem ajudar neste aspeto do jogo.
A jogabilidade é o verdadeiro foco. Apesar deste ser um roguelite, é no fundo um jogo de estratégia por turnos. Quem está habituado a esse género irá encontrar aqui praticamente todos os elementos para que Oakenfold seja familiar. Quando começamos uma nova corrida iremos escolher uma de três opções, sobrevivência, agilidade ou científica. Está escolha é essencialmente a classe do jogo é irão determinar que habilidades Asha terá acesso. Cada uma das classes irá dar acesso a três habilidades fixas e três slots para equipar melhorias.
Cada corrida é única, pelo menos à superfície já que como sabemos existem regras e limitações para gerar mapas novos. Podemos fazer algumas escolhas sobre que percursos percorrer, mas há um factor sorte envolvido, como é normal dentro do género. Cada local dá-nos três vidas que podemos usar em caso de morte, mas normalmente usamos as três vidas para evitar que unidades novas sejam criadas em certos pontos do mapa. Em cada onda de inimigos podemos colocar uma unidade no local de spawn do inimigo e evitar que o inimigo apareça, mas fazer isso irá gastar uma vida.
Tudo isto parece bastante simples e standar, mas Oakenfold tem mais uma mecânica. Em qualquer momento do combate podemos recuar ou avançar no tempo do jogo. Podemos usar esta habilidade para refazer uma ação ou ver o efeito que a ação vai ter no futuro. Isto permite testar estratégias e corrigir abordagens. Isto podia tornar o jogo demasiado simples à primeira vista. Se podemos emendar tudo o que fazemos como é que podemos perder. Bem, existem limites de ações que podemos fazer como é óbvio, portanto o jogo acaba por ser surpreendentemente equilibrado e temos sempre de ter atenção ao número de movimentos que temos disponíveis e vidas restantes. No final de cada zona temos um boss. O boss está ligado a uma zona e será sempre o mesmo, mas o layout da área muda. Felizmente podemos aprender a enfrentar cada boss, já que cada um tem a sua fraqueza ou pelo menos forma de atacar que podemos aprender e encontrar formas de atacar.
Em termos de apresentação novamente fiquei impressionado com aquilo que um criador sozinho conseguiu fazer. Não se trata de gráficos de última geração que vão levar a vossa máquina aos limites, mas de uma arte bonita que podemos ficar a olhar e aprecisar. Nota-se que houve uma dedicação incrível para que o jogo se apresente como apresenta e as animações não ficam atrás. A banda sonora e efeitos por outro lado estão simplesmente aqui. Nada é mau, mas nada é memorável nesse aspeto.
Oakenfold é um jogo fantástico em termos de apresentação e jogabilidade. Se gostam do género irão encontrar muito para gostar aqui. Existem alguns problemas, ou talvez mais lacunas. A história não está muito elaborada por exemplo. Também ao final de muitas tentativas e apesar do layout dos níveis mudar vamos começar a achar que estamos a joga sempre a mesma coisa. Mas a jogabilidade é forte e viciante, o que faz com que o jogo consiga aguentar facilmente as mais de vinte horas que precisamos para o terminar.