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Análise: EDENGATE: The Edge of Life

A história pode ocupar um lugar mais ou menos importante dentro de um jogo, no entanto certos géneros não conseguem viver sem uma boa história. Algumas histórias pode ser simples e boas, outras complexas e podem conseguir ser boas por não deixar margem para dúvidas de tudo o que se passa enquanto que outras são boas exatamente pelo oposto. EDENGATE: The Edge of Life por outro lado não consegue ter uma boa história especialmente porque nada parece fazer sentido.

Com o tempo vamos descobrindo as influências e as intenções dos criadores do jogo, mas este jogo apenas tinha a ganhar com uma abordagem à história bem mais linear. Em EDENGATE: The Edge of Life o jogador controla Mia. Mia acorda numa cama de um hospital com amnésia, aquela clássica muleta que os escritores de más histórias tanto gostam de usar. Este tipo de história é tão utilizado porque permite explicar ao jogador porque razão a nossa personagem parece saber tanto sobre o que a rodeia como o jogador. O problema é que na atualidade é depois de ter sido utilizado até à exaustão, é preciso um pouco mais para poder utilizar esta narrativa.

Mia descobre que o hospital onde acorda está vazio e há medida que investiga vai percebendo que algo de errado deve ter mesmo acontecido. O jogo depois continua a avançar de mistério em mistério sem nunca nos dar resposta para cada nova pergunta que vai deixando no ar. O jogo oferece-nos muitos ambientes para explorar, mas não parece haver nada para ver neles. Os locais são desprovidos de vida, tanto porque toda a gente parece ter desaparecido, mas também porque são desinteressantes. Também não consigo perceber exatamente qual é o tom do jogo. Ora tenta ser assustador, ora se esquece que para ser assustador tem que realmente nos assustar de vez em quando.

Existem alguns puzzles ambientais simples para resolver, mas a simplicidade é tanta que não iremos perder muito tempo a pensar em soluções. É tudo tão simples que vamos simplesmente entrar em piloto automático sempre que um puzzle aparece, já que sabemos logo o que temos que fazer. Pior ainda, já que mesmo se estiverem a pensar noutra coisa qualquer e se esquecerem do que estavam a fazer, o jogo vai fazer o favor de marcar no cenário o que deviam estar a fazer.

A história do jogo, que realmente existe, é contada através de imagens e algum áudio. Normalmente estes eventos são despoletado quando interagimos com certos objetos. Estes objetos tal como tudo no jogo são impossíveis de ignorar, estando sempre no caminho principal que temos de percorrer. Estes pedaços de história focam-se principalmente no passado de Mia, mas tal como referi é tudo muito vago e completamente ambíguo. Nada é explica, não conseguimos perceber porque razão certos eventos do passado de Mia estão a ser destacados ou que relação é suposto terem com o presente e a sua situação atual. Não tenho nada contra manter coisas um pouco ambíguas, mas neste caso apenas confunde o jogador.

Visualmente, EDENGATE: The Edge of Life é bom, não há nada de errado a assinalar e continuando na temática da apresentação, as vozes e restante som são realmente bons. Infelizmente nada disso consegue disfarçar os problemas principais de que o jogo sofre. Para um jogo tão curto, cerca de duas horas, pedia-se um pouco mais. Da forma como foi pensado, EDENGATE: The Edge of Life é um jogo que nos passa nas mãos sem deixar qualquer tipo de impressão duradoura.