Análise: Little Orpheus

Desenvolvido pelo estúdio responsável por dois dos melhores exemplos de walking simulators lançados até hoje, Dear Esther e Everybody’s Gone to the Rapture, Little Orpheus é o mais recente jogo da The Chinese Room. Little Orpheus continua a tradição do estúdio de produzir histórias interessantes, desta vez com inspiração no folclore russo. Apesar desse foco, Little Orpheus é bastante distinto dos jogos referi acima, não se enquadrando sequer no mesmo género nem estilo visual.

O jogo começa com o protagonista, Ivan Ivanovic Privalov, a ser interrogado por alguém simplesmente apelidado de O General. Ivan é um cosmonauta soviético, mas depois de alguns maus resultados acaba por ser enviado numa expedição ao centro da Terra em vez de ser enviado para o espaço. Ivan também esteve desaparecido três anos e o General quer saber onde esteve esse tempo e o que se passou com o engenho nuclear que alimentava o veículo que o levou ao centro da Terra.

Little Orpheus é um jogo de plataformas 2.5D, que é um afastamento daquilo porque o estúdio é conhecido, mas que mostra aqui ser capaz de criar coisas bem diferentes. Enquanto Ivan conta a sua história, o jogador revive o que ele passou. Existem alguns puzzles é secções de plataformas simples, mas no geral é um jogo leve em termos de desafio. Talvez isto sejam os restos do ADN dos walking simulators em que trabalharam antes. O foco é sem dúvida a história e essa é realmente boa.

O jogo decorre durante nove capítulos, relativamente curtos, com o jogo a contar com umas cinco horas de duração. Durante esse tempo vamos atravessar ambientes variados e fantásticos. A originalidade colocada em criar estes ambientes é uma das razões porque Little Orpheus nos fica Ana memória. A banda sonora do jogo complementa cada um destes locais de forma irrepreensível também, basiando-se em temos que associamos a música soviética do século passado. Infelizmente o final é um pouco decepcionante. Tal como o outro jogo do género que passou por aqui esta semana, também a história de Little Orpheus culmina num punhado de nada, sem grande significado nas ações do jogador.

Little Orpheus vive sobretudo da excelente apresentação e mundos detalhados que exploramos. A história é intrigante e a viagem em si é interessante, mas acaba por culminar em nada. A ausência de desafio é também um problema, acabando por tornar um jogo que podia ser memorável em algo aborrecido. Existe aqui algo especial, mas está longe de ser o melhor trabalho da The Chinese Room.

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