Análise: Asterigos: Curse of the Stars

Asterigos: Curse of the Stars é novo jogo lançado através da TinyBuild e que se revelou uma verdadeira surpresa para mim. O jogo vai buscar inspiração à fontes tão distintas como The Legend of Zelda, Kena: Bridge of Spirits e Nioh e o resultado é surpreendentemente bom. Não tem o nível de polimento que outras propostas recentes têm, mas é uma proposta muito válida e uma excelente adição a qualquer biblioteca.

Com tantas e tão diferentes fontes de inspiração, Asterigos: Curse of the Stars tinha tudo para ser uma experiência desiquilibrada e com muitos elementos desligados uns dos outros, mas muito pelo contrário. É um jogo coeso com muito para explorar. Existe muita variedade de locais, mas todos estão ligados de forma lógica e a exploração é muito boa, misturando combate com segmentos sem combate de forma sublime.

Asterigos: Curse of the Stars é inspirado pela mitologia grega e consegue impressionar com o seu lore, protagonista e história principal. O jogador segue Hilda, que embarca numa aventura para salvar o seu pai. Este tipo de tarefas nunca são fáceis e pelo caminha há sempre outras pessoas com outros problemas que Hilda acaba por ter que resolver. Durante a aventura vamos ter que criar alianças que nem sempre queremos, num mundo recheado de personagens bem escritas e uma história que faz um bom trabalho de mostrar morais cinzentos. O único problema com a história é talvez o tom, que não consegue ser consistente entre sério e jovial.

É na apresentação que talvez vejamos mais inconsistências. Não sei se isso se deve ao orçamento, a diferentes pessoas terem trabalho no projeto, ou se foi usado outsourcing para alguns dos aspetos do jogo, mas conseguimos ver uma clara diferença de qualidade entre algumas personagens e ambientes. Algumas personagens, inimigos e ambientes parecem realmente bons, mas outros são simples e pouco impressionantes. Também conseguimos notar alguma quebra durante o progresso no jogo. Enquanto que no início praticamente tudo parece decente, à medida que avançamos, podemos ver mais e mais elementos menos impressionantes.

Os jogos da série The Legend of Zelda são talvez o que mais se aproxima de Asterigos: Curse of the Stars. Existe alguma combate, alguns puzzles e um foco nos bosses. Estes combates são o melhor que podemos ver no jogo e onde o jogo realmente brilha. É realmente pena que o que existe entre bosses não tenha tido o mesmo cuidado e atenção. O combate é também interessante. Hilda é bastante versátil, mas essa versatilidade demora algum tempo a aparecer, já que ela vai precisar de desbloquear e encontrar os elementos que permitem o combate ser bom. Isto faz com que o combate no início não seja representativo do que pode ser no final.

Asterigos: Curse of the Stars é um jogo desafiante, mas raramente frustrante. Mesmo na dificuldade mais baixa o jogo oferece um sentimento de satisfação quando derrotamos um boss por exemplo. Existe muito conteúdo para explorar e se precisarem podem desviar-se do caminho para aceder a certas habilidades e tornar o jogo mais simples e ao mesmo tempo tornar o combate inicial melhor.

Asterigos: Curse of the Stars é um bom jogo. Não é o melhor que já jogámos do género, mas o jogo consegue mesmo assim impressionar. Pessoalmente foi uma agradável surpresa, mesmo que fique a sensação de que já jogámos praticamente tudo isto antes.

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