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Análise: IXION

IXION é um jogo que já aqui teve direito a um artigo de antevisão, mas desde aí o jogo acabou por receber o lançamento final. IXION é um jogo sci-fi de gestão no espaço e que consegue ser cativante ao misturar muitos elementos que muitas vezes vimos em jogos de estratégia 4X ou RTS clássicos como Homeworld, num jogo completamente diferente em termos das suas mecânicas. IXION mostrou bastante promessa na demo que analisámos antes e a versão final vem confirmar aquilo que pensávamos.

Este é um jogo com grande foco na apresentação. A verdade é que se gostam de imagens de um futuro distante onde a humanidade conquistou o espaço, então vão adorar simplesmente olhar para IXION e a sua estação espacial gigante. O jogo começa com uma soberba cutscene que nos explica tudo o que precisamos de saber da história do jogo. A estação é a última esperança da humanidade. Uma verdadeira arca para os humanos enquanto procuram um novo lar. Infelizmente nem tudo parece funcionar bem e cabe ao jogador manter a tripulação viva e a estação a funcionar.

O jogo em si consiste em três camadas. A primeira destas é onde passamos a maior parte do tempo, o interior da Tiqqun, o nome da estação espacial. É também aqui onde o jogo mais se assemelha a um tradicional jogo de gestão. Precisamos de construir casas para a população e outros edifícios que garantam as coisas mais básicas como comida e que possa criar uma cadeia de recursos para que as várias fábricas funcionem. O interior da nave é limitado e vamos precisar de o expandir para outros seis sectores. Depois de abrir-mos os sectores temos que nos preocupar com exportações e importações, já que cada um dos sectores funciona isoladamente. Muito do jogo intermédio de IXION é em relocar construções que começámos por fazer num sítio e temos de desmantelar e construir noutro sítio para que tudo faça sentido.

A tripulação em si também é limitada, já que não podemos adicionar novos elementos sempre que queremos, temos de esperar que eles nasçam e cresçam. Temos que portanto algum cuidado para não carregar demasiado os trabalhadores que temos, já que isso pode trazer consigo acidentes e descontentamento. Esta camada humana é um aspeto importante e bem conseguido no jogo. É desafiante equilibrar todos estes aspetos do jogo.

A segunda camada em si é o exterior da estação. Aqui temos de construir essencialmente painéis solares, mas existem mais coisas que vamos desbloqueando à medida que avançamos. É que apesar de não parecer, existe uma história aqui. À medida que vamos avançando pelo espaço, podemos ver novas áreas, com novos planetas. Como referi acima, se gostam do tema, IXION vale a pena só para parar e olhar. Esta camada da jogabilidade não oferece mais do que isto, é bonito e importante, mas além da gestão de energia não há muito de relevante aqui.

A última camada de IXION é a planetária. Podemos lançar sondas para explorar planetas e revelar os recursos presentes, assim como anomalias. Temos de ter cuidado com os recursos que gastamos já que nem sempre vale a pena, principalmente se o custo for humano, já que esse é talvez o mais complicado de repor. Apesar de cada camada da jogabilidade ser interessante, é na interligação entre os três que o jogo brilha efetivamente. O segundo sistema afeta a energia, que limita o primeiro e terceiros sistemas, mas um falhanço numa missão no terceiro sistema afeta a produtividade no primeiro. Tudo está ligado.

A história em si consegue captar a atenção do jogo, transmitindo a situação da humanidade, das pequenas histórias dos tripulantes e a natureza hostil do espaço. É uma história cativante que apenas peca pelos objetivos que nos dá. Por vezes ficamos presos num objetivo e isso faz com que o ritmo da história se perca. Mas no fundo IXION é um jogo realmente bom, que mistura vários elementos para criar um jogo desafiante e inovador.