Análise: The Entropy Centre

The Entropy Centre é um jogo de puzzles que pega na ideia de que por vezes temos de abordar os puzzles pelo final para chegar à solução e essencialmente cria um jogo à volta desta ideia. O jogo é composto por quinze níveis, compostos por cerca de cinco níveis para um e uns puzzles ambientais lançados à mistura aqui e ali. Há uma história que se desenrola quando resolvemos os puzzles principais.

Basicamente o jogador tem de criar energia de entropia para voltar atrás um evento cataclísmico que destrui a Terra. A nossa personagem é Aria, uma das operacionais do centro de entropia que dá nome ao jogo. Juntamente com a IA Astra, temos de criar esta energia e assim salvar o planeta. A história em si parece simples e apenas uma desculpa para a jogabilidade, mas no geral é interessante, com momentos divertidos e alguns sentimentos. A história é parte integral do jogo e o jogo tem impacto visual quando por exemplo podemos ver o resto da Terra destruída nesta base lunar onde o jogo tem palco.

A nossa principal ferramenta é um dispositivo de entropia, uma espécie de arma que volta atrás no tempo. A maioria dos puzzles envolve mover objetos para certos sítios e depois recuar o tempo para encontrar o objetivo. Não é fácil ao início e o jogo essencialmente obriga-nos a criar um mindset muito próprio, mas com o tempo acabamos por começar a pensar da maneira correta e o jogo também faz um bom trabalho a introduzir as suas mecânicas aos poucos. Existem muitos tipos de objetos com que temos de interagir e o jogo vai introduzindo estes objetos como pontes de luz, lasers e outros.

Cada nova área começa por ser verdadeiramente assustadora. Não fazemos ideia do que fazer nem por onde começar, mas aos poucos as ideias vão clicando. Temos que essencialmente começar pela solução e depois desfazer já que todo o jogo se baseia na ideia de recuar no tempo. Com o tempo a mecânica do jogo vai-se tornando mais fácil, mas o jogo também vai introduzindo novas mecânicas com regularidade para equilibrar as coisas e manter o jogo desafiante.

Um aspeto importante para qualquer jogo de puzzles é fazer o jogador sentir-se inteligente e The Entropy Centre consegue isso em parte. Por um lado sentimo-nos realmente inteligentes quando encontramos uma solução, mas por outro por vezes encontramos uma solução que achamos inteligente e surpreendente apenas para chegarmos à conclusão que só podia ser dessa forma. Infelizmente o jogo complica a vida si próprio ao adicionar secções de combate que não tinham necessidade nenhuma de existir. Ocasionalmente pequenos robôs são alertados da nossa posição e atacam-nos. Para cancelar o ataque temos de carregar numa série de botões espalhados pelo nível. Não é o melhor aspeto do jogo de todo e o jogo seria muito melhor se esta mecânica não existisse.

Em termos de apresentação é um jogo bastante competente pelo que podem ver pelas imagens, mas não se fica pelos gráficos impressionantes, contendo também uma excelente banda sonora que podem até adquirir isoladamente.

Existem ainda umas secções de fuga, que funcionam melhor que o combate. Ajudam a quebrar o ritmo e são visualmente interessantes. Novamente, não considero que deviam existir, mas são bem mais interessantes do que as banais e chatas secções de combate. Felizmente os puzzles e história acabam por justificar o tempo e dinheiro que investimos no jogo. Se gostam de jogos de puzzles como Portal, The Entropy Centre é uma boa proposta desde que consigam ignorar as secções menos boas.

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