Análise: The Fantastic Kitty Rue

The Fantastic Kitty Rue é uma mistura de géneros que consegue retirar elementos de cada um para criar uma experiência diferente e agradável, mesmo que com muitas falhas. Parte visual novel, parte jogo de objetos escondidos, aventura point and click e até parte jogo de ritmo. The Fantastic Kitty Rue tem praticamente de tudo um pouco. A ambição está toda aqui e misturar tanta coisa obviamente que tem os seus problemas.

O jogo é inspirado por uma web comic que mistura a Art Deco dos anos vinte, com aquilo que só posso classificar como Furries. O jogo tem como palco um futuro retro e tudo isto faz com que a atmosfera e visuais do jogo sejam um pouco estranhos, mas agradáveis e únicos. As personagens apesar de me fazerem lembrar Furries são engraças e o mundo do jogo apesar de pequeno, tem vida. A história é a de uma rapariga à procura de seguir os seus sonhos e é bem menos interessante do que o mundo em si.

É a jogabilidade que talvez seja mais complicado explicar e dificilmente vai agradar a todos. O problema de misturar vários géneros é que alguns jogadores de alguns dos géneros não suportam outros. Os fãs de visual novels estão essencialmente à procura de uma boa história e The Fantastic Kitty Rue não tem propriamente isso. Os fãs de aventuras point n click procuram puzzles, mas o jogo baseia-se na mecânica do género de objetos escondidos para os seus e depois ainda temos as secções rítmicas que não escaixam com nenhum dos grupos de jogadores.

Isto que referi não quer dizer que o jogo não tenha os seus pontos fortes e um deles é mesmo conseguir juntar todos estes géneros de forma eficaz. Os jogadores dos vários géneros pode não gostar de alguns elementos do jogo, mas a implementação é inteligente e coerente. Durante as secções de point and click por exemplo temos uma visão global da área e procuramos encontrar pistas. Não nos podemos mexer e as pistas são fáceis de encontrar porque a UI as realça. Os itens que recolhemos podem ser entregues a outras personagens ou combinados no inventário da persnonagem. Maior parte das mecânicas é bastante intuitiva e já as vimos antes.

As partes rítmicas são talvez onde o jogo mais se distancia dos outros géneros. Basicamente temos acesso a um teclado que podemos interagir com as teclas do nosso teclado do A ao L. Estas partes não acrescentam muito ao jogo que viveria muito bem sem elas. Encaixa ainda pior que os restantes elementos e não é bom o suficiente para ser uma razão para comprar o jogo. The Fantastic Kitty Rue é uma aventura de cerca de três horas de duração. A única razão para voltar ao jogo depois de o completar é repetir as partes de ritmo, mas como referi, não é propriamente a coisa mais divertida do mundo.

The Fantastic Kitty Rue é um jogo engraçado e com uma alma própria. As mecânicas funcionam bem em conjunto, mas talvez não saiba bem aquilo em que é bom, já que parece ter menos disso do que daquilo que não fazia falta.

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