Antevisão: Tchia

Tchia é uma nova aventura em mundo aberto que não se baseia em ação e violência. Compreendendo a importância da viagem em vez do destino, os criadores de Tchia criaram um mundo particularmente bonito. O mundo tropical que a Awaceb aqui criou é um arquipélago que é fantástico de apenas explorar. Existe um pouco de The Legend of Zelda aqui, muito de Breath of the Wild, mas também de The Wind Waker.

O objetivo final não é muito evidente, mas a exploração em si vale mais do que a pena. Tchia é um jogo bastante próprio com uma identidade própria. A jogabilidade em si é também bastante original, prioritizando o movimento em si, algo que não é muito encontrado em jogos sandbox do mesmo género. Isto faz com que a exploração seja tão boa tanto a dar-nos locais maravilhosos para ver, mas chegar a estes locais é também muito bom por causa da jogabilidade em si.

É difícil descrever o sentimento de movimento e momemtum que o jogo transmite. Quem jogou Breath of the Wild vai reconhecer a maioria dos movimentos que podemos fazer, desde subir às árvores, planar pelas planícies ou subir às pequenas montanhas do jogo. Não me canso de referir, mas tudo isto é particularmente bom por causa da liberdade do jogo, mas também por o mundo do jogo ser tão bonito. A história em si é inspirada pelas culturas da Nova Caledónia e pode não ser a mais complexa e intrincada que podemos encontrar, mas tem sentimento.

Um dos aspetos mais únicos do jogo é a habilidade de Tchia de Soul Jumping, que nos deixa controlar qualquer objeto ou animal do jogo. Esta habilidade é importante para resolver os puzzles do jogo, para explorar e para encontrar tesouros. É também útil até para o próprio movimento, já que nos permite chegar a outros locais mais depressa e como os animais têm certas habilidades, apenas podemos fazer algumas coisas usando um dos animais. Se querem escavar um tesouro por exemplo vão ter que saltar para cão que irá poder escavar. Os animais são tão adoráveis como o resto do jogo é esta mecânica é fantástica de explorar, com cada novo animal e objeto a trazer algo de novo à jogabilidade de Tchia.

Tchia é capaz de proporcionar ao jogador momentos fantásticos, mas nunca nos faz subir a pulsação. É um jogo calmo e irá passar essa calma ao jogador. Desde subir a uma árvore para admirar o por o sol ou tocar a fantástica recriação do ukulele que o jogo implementa, a Awaceb criou algo maravilhoso aqui. O ukulele por exemplo é uma verdadeira obra de arte. Podemos tocar oito acordes e se investirem um pouco de tempo irão conseguir tocar algumas melodias relaxantes. Existem ainda melodias ligadas à mecânicas das almas que nos permite saltar para objetos e animais, mas estas melodias vão ainda mais longe já que afetam o mundo à nossa volta, alterando o clima ou atraindo certos animais para a nossa zona.

Tchia é um jogo que requer um certo estado de espírito do jogador e as expetativas certas. Apesar das suas inspirações em The Legend of Zelda, este não é um jogo focado em ação e grandes bosses e para poder aproveitar o jogo, o jogador tem que ter isso em mente. Os vários sistemas do jogo têm tudo para se atrapalhar em uns aos outros, mas isso não acontece. O resultado final é um mundo belo que o jogador pode explorar com um sistema de movimento que tira o máximo partido do mundo que temos para explorar.

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