Análise: The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition

Tendo em conta a recepção que The Outer Worlds teve e a qualidade da equipa por detrás do jogo, dificilmente uma versão melhorada do jogo poderia estragar alguma coisa. Os bons jogos do género são muitos, mas jogos como Fallout 3 ou Fallout New Vegas ficaram na memória dos jogadores e o lançamento de The Outer Worlds deixou boas recordações aos jogadores, tornando-se um dos jogos mais acarinhados do género nos últimos anos. Não é um jogo que tenha inovado por aí além, mas a familiaridade das suas mecânicas ajudam a tornar a experiência agradável, mas previsível e a falta de inovação acaba por impedir o jogo de atingir voos mais altos.

A Obsidian é uma equipa de verdadeiros mestres no que toca à construção de mundos e histórias elaboradas. Jogos como Fallout New Vegas e KOTOR são exemplos perfeitos no que toca a esse aspecto. The Outer Worlds usa um sistema onde as escolhas do jogador importam. Obviamente que nem todas as escolhas vão mudar o desenrolar da história, mas além de ser divertido ver as nossas escolhas refletidas de alguma forma no jogo, tudo isto adiciona profundidade à experiência. Além disso, algumas escolhas têm realmente impacto.

Começamos o jogo como um colono espacial preso numa nave. A nave, The Hope, deveria levar a nossa personagem a começar uma nova vida numa era espacial, mas algo corre mal e deixa o jogador perdido pelas estrelas. Felizmente a nave tem mais tripulantes e um deles, Phineas Wells é um cientista que nos pode ajudar. A história do jogo não é má, mas é o ambiente que realmente fica por cima de toda a experiência. Isto apenas é possível porque além do design, o jogo é também realmente bonito. O jogo está recheado de cor e os ambientes tiram o máximo partido dos sistemas modernos. Em termos de design o jogo não se afasta muito daquilo que a Obsidian fez antes e o que tem aparecido no mercado dentro da mesma temática. Nem tudo é colorido e o jogo consegue contrastar ambientes recheados de cor com outros mais monocromáticos, sem nunca cair nos 50 shades of brown que era o primeiro Borderlands por exemplo.

Os modelos dos personagens ficam ótimos nesta nova versão atualizada. Isto não é um remaster, é uma pequena melhoria num jogo recente, mas podemos ver que os modelos estão ainda mais aprimorados por fantásticas animações de primeira linha, com a única falha a ser a sincronização entre os movimentos da boca e a falas das personagens. Outra coisinha que mostra a atenção da Obsidian aos detalhes é o aviso logo no início sobre os DLCs. The Outer World’s contém duas expansões, Peril On Gorgon e Murder on Eridanos e tal como acontece com muitos conteúdos extra lançados depois do lançamento, estes DLCs são melhor experimentadas depois de jogar um pouco do jogo base e em muitos casos todo o jogo base até. Alguns DLCs só são acessíveis depois de terminar-mos a história principal e essa notificação no início permite que o jogador não apenas saiba quais são requisitos, mas também onde ir para jogar o conteúdo extra. Esses detalhes também ficam presentes no menu principal para clicar, portanto estão sempre disponíveis facilmente.

A Obsidian decidiu também aumentar o limite de nível neste relançamento. Se jogaram o jogo original existe a possibilidade de ir mais longe agora. Existem inúmeras maneiras de construir a nossa personagem em The Outer Worlds e a capacidade de ir ainda mais longe permite criar personagens mais diversificadas e poderosas. Isto não é algo que aconteça muitas vezes mas é uma boa adição que mesmo que não precisasse de ser feita não estraga o jogo, tornando-o demasiado fácil e torna-o simplesmente mais divertido. Infelizmente se jogaram o jogo na sua forma original, não há nenhuma transferência de saves.

The Outer Worlds é um jogo incrível e apesar de as melhorias não serem muitas, são suficientes. O facto de termos acesso a todos os DLCs e mais níveis para a nossa personagem é um bónus.

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