Alguma vez imaginaram como seria GTA sem as partes aborrecidas dos tiroteios e perseguições automóveis e apenas focado na parte excelente de comprar propriedades e criar um negócio legítimo? Não? Pois bem, Big Ambitions podia ser descrito dessa forma. Big Ambitions é como se a mecânica de compra de propriedades introduzida em GTA Vice City, a perspectiva de GTA 2 e um jogo Tycoon tivessem um filho. Este filho encontra-se ainda em acesso antecipado, portanto não é o jogo mais completo do mundo e tem algumas falhas, mas as raízes para algo verdadeiramente diferente estão aqui presentes.
Big Ambitions tem potencial para ser o derradeiro jogo Tycoon. O jogo dá-nos uma liberdade sem precedentes, em parte porque é um jogo de mundo aberto também. No género Tycoon normalmente temos acesso a menus. Podemos navegar livremente de cima e aproximar certos edifícios, mas Big Ambitions tem uma abordagem mais próxima. Temos uma personagem que caminha e corre, interaje com objetos e usa um carro para se movimentar mais rapidamente.
Este nível de interação tem pontos a favor, mas também contra. Talvez não seja logo óbvio pela descrição o que Big Ambitions envolve, mas resumidamente é isto. O jogador começa por criar uma personagem, tendo depois de arranjar trabalho para poder pagar o aluguer de um apartamente, alguma mobilia e aparelhos para casa como um frigorífico, assim como alguma comida para sobreviver. Temos de descansar e dormir para acordar a horas de trabalhar. Depois de trabalho um par de dias podemos avançar para um empréstimo e começar o nosso próprio negócio. Enquanto que o trabalho das 9 às 5 envolvia só uma par de tarefas, é quando partimos para o nosso negócio que começamos a ver os problemas de uma abordagem tão direta.
Basicamente tudo o que precisamos de fazer em Big Ambitions obriga a muito trabalho manual. Depois de comprar um espaço e dar-lhe um jeito se quisermos, temos de ter algo para vender. Para vender alguma coisa precisamos primeiro de comprar uma estante. Para comprar uma estante temos de ir até uma loja que venda estantes, comprar uma, pagar, levar a caixa da estante até à nossa loja, ou se tivermos acesso a um carro, deixar a estante na mala, voltar à loja, caso esta venda os produtos que queremos vender ou então fazer o caminho até à loja que os venda e repetir o processo. Antes de começar a vender o que quer que seja temos de comprar um móvel para colocar os produtos, os produtos, uma caixa registadora, um móvel para a caixa registadora, cestos para os clientes, papel para a caixa registadora e com sorte é isso. Quando jogamos o modo história podemos contar com alguma ajuda, mas o menu de ajuda disponível através do F1 não é também mau de todo. É sucinto e bastante útil.
Infelizmente para Big Ambitions nesta fase, chega um ponto em que vemos também que tudo isto não oferece propriamente profundidade à jogabilidade. Há muito para fazer e quase tudo se sente como um trabalho, mas não há complexidade nem profundidade. Além disso, a jogabilidade atinge um ponto em que identificamos um loop que funciona e o repetimos até à exaustão. Vamos abrir um negócio, colocar tudo o que este precisa para funcionar, colocar um funcionário que faça as vendas por nós e passamos para o seguinte, enquanto nos vamos preocupando apenas com as cadeias de abastantecimento.
Big Ambitions consegue impressionar pela sua ambição e se jogar às suas cartadas bem, pode tornar-se um dos melhores jogos Tycoon do mercado, no entanto precisa de acertar em algumas coisas. Precisa de dar ao jogador mais algumas opções para automatizar tarefas, precisa de criar algum desafio ou pele menos dar ao jogar algo diferente ao longo do tempo. Talvez passar de pequenas lojas a cadeias de lojas, dando significado diferente a diferentes escalas de negócio. Mas aquilo que o jogo apresenta neste momento é deveras impressionante, principalmente para um jogo que se encontra em acesso antecipado. Se gostam de jogos de gestão, Big Ambitions é uma proposta diferente dentro do género e que apresenta razões suficientes neste momento para que os jogadores acompanhem mais de perto o desenvolvimento.