Here am I floating in my tin can, A last glimpse of the world, The planet Earth is blue and there’s nothing left to do. Sinceramente, Space Oddity de David Bowie foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando li o titulo deste jogo pela primeira vez. Há coisas bem piores para um jogo nos fazer lembrar, Space Oddity é fantástica. O espaço é a última fronteira, um vasto vazio que inspira medo e fascínio. É por isso que muitos jogos de terror modernos se passam em estações espaciais abandonadas. Jogos como Dead Space ou Alien: Isolation são ótimos exemplos disso, usando a falta de ar e o silêncio assustador do vácuo para criar uma atmosfera tensa. Mas mesmo sem a presença de criaturas extraterrestres, o espaço em si é suficiente para causar desconforto.
É nesta ideia que Tin Can pega para testar as habilidades de sobrevivência interplanetária do jogador. O jogo coloca o jogador em uma situação onde precisa de usar a cápsula de fuga de uma nave para escapar, mas essas cápsulas são frágeis, têm sistemas instáveis e recursos limitados, cabendo ao jogador enfrentar esses desafios e sobreviver neste ambiente hostil. O jogador tem de manipular a cápsula de fuga e manter as condições de vida estáveis o suficiente para durar até que sejamos resgatados. As coisas podem dar errado num piscar de olhos. Temos de aprender com os erros e arranjar a capacidade de improvisação necessária para contra-balancear o risco que torna este jogo um simulador de sobrevivência espacial único e envolvente.
Visualmente o jogo apresenta gráficos bons o suficiente para criar um ambiente intergaláctico convincente. No entanto, o espaço em si é tão pequeno que não podemos realmente elogiar muito os visuais. Aquilo que mais impressiona em Tin Can é a singularidade do jogo como um simulador de sobrevivência espacial. Assim como na vida real, precisamos improvisar e arriscar em situações de emergência no espaço. A jogabilidade é o ponto forte do jogo, embora os visuais intergalácticos sejam apenas adequados, sem nada a destacar. Para reparar e manter a nave, temos de estar atentos a cada elemento distinto, mas muitas vezes, temos de trabalhar no escuro, o que pode ser um pouco complicado.
O jogo começa com um tutorial excelente, dando ao jogador apenas o suficiente para começar a explorar o ambiente e descobrir a melhor maneira de sobreviver. O jogo oferece uma experiência única e autêntica de manutenção de equipamentos, onde o jogador precisa de aprender a reparar os sistemas de suporte à vida que controlam o calor e a respirabilidade. O jogo confia no jogador para resolver problemas e não insulta sua inteligência. A fuga inicial é a primeira parte do jogo de sobrevivência, onde o jogador deve invadir os depósitos e recolher o máximo de componentes possível antes de se ejetar para relativa segurança. É uma corrida caótica e frenética que define muito do sucesso que podemos vir a ter.
Continuando somos apresentados ao mundo da manutenção do pod de fuga. Essa tarefa consiste, principalmente, em identificar os sistemas de suporte à vida que regulam a temperatura e a respiração, consultar o Manual de Manutenção do Pod e aprender como consertar o equipamento. Depois disso, cada fuga representa um novo desafio diferente. Cabe ao jogador encontrar a solução que leva ao seu resgate. Depois que aprendermos brevemente sobre a manutenção de pods, é hora de evacuar, já que a nave está em chamas. A nossa primeira tarefa é a fuga inicial. Devemos invadir os depósitos e recolher o máximo de componentes possível antes de ejetarmos para segurança. Como os componentes são gerados aleatoriamente, temos apenas 60 segundos para correr, recolher recursos e preparar a nossa tentativa de sobrevivência.
Apesar de interessante, este é um jogo com falhas. O controlo em gravidade zero por exemplo é complicado. Compreendo que deva ser complicado e difíceis de navegar para aumentar o pânico e o caos, mas ainda assim, o jogador precisa de um controlo razoável, algo que não tem aqui. Além disso, também existem problemas com a interface. Em termos gerais, percebemos que o jogo carece de atenção ao detalhe. Embora ele leve muito a sério a criação de mecânicas de sobrevivência convincentes e bem elaboradas, ele não consegue oferecer a mesma diversão encontrada em jogos concorrentes. No entanto, não existe nenhum jogo no mercado que ofereça exatamente a mesma experiência que podemos ter com Tin Can. A mecânica de sobrevivência é bem equilibrada e o tutorial é informativo, sem ser excessivamente direto. No entanto, o jogo pode parecer visualmente pobre em alguns momentos e o ambiente escuro ou com luzes vermelhas pode prejudicar a diversão.