Análise: Epic Manager

Epic Manager é o resultado de um estúdio decidir combinar dois géneros em um jogo. Nem sempre as misturas de género funcionam, mas Epic Manager, desenvolvido pela ManaVoid Entertainment, prova que, com a abordagem certa, algo interessante pode ser criado ao misturar elementos de vários géneros. O jogo tenta unir elementos clássicos de RPGs com elementos de gestão. Ambientado na terra de Astraeus, onde décadas de guerra deram lugar a uma paz repentina, o jogo coloca o jogador no controle de uma agência de mercenários. Essas agências fazem parte de um sistema regulamentado, onde aquelas menos bem-sucedidas, aquelas que falham em derrotar goblins ou completar um número mínimo de missões, são relegadas à obscuridade.

Epic Manager equilibra igualmente os elementos de RPG e gestão. A primeira ação que o jogador deve tomar é escolher um aventureiro inicial de um grupo de opções. Essas escolhas aparecem de tempos em tempos, permitindo que o jogador forme um grupo com diferentes classes de personagens. Uma vez imerso no jogo, o objetivo principal do jogador é completar missões e batalhas para ganhar fama. As agências mais famosas são promovidas e ganham acesso a missões e mercenários melhores. As missões no jogo, embora geralmente sigam o standard do género, conseguem criar algum valor difereciativo ao contar histórias próprias que aprofundam o conhecimento e a história do mundo em que o jogador está imerso.

As facções do jogo podem ser influenciadas através da realização de missões para elas. O mapa do jogo é composto por hexágonos. A cada movimento realizado pelo jogador, passa um turno, o que muitas vezes pode levar a um final agitado. Escolher o caminho mais rápido para atingir os seus objetivos torna-se rapidamento crucial. O mapa do mundo também oferece encontros aleatórios, que geralmente são eventos de escolha múltipla influenciados pelos mercenários do grupo. Embora não afetem drasticamente a jogabilidade, eles são uma adição agradável às missões padrão. A parte de gestão do jogo é surpreendentemente profunda, a ponto de levar um tempo para dominar as suas especificidades.

Manter a nossa agência como a melhor da divisão não é uma tarefa muito difícil, mas garantir que tenhamos sempre os recursos financeiros suficientes pode ser complicado. Isso torna-se ainda mais desafiador quando é necessário renovar os contratos do seu grupo, especialmente quando oferecer um salário considerado baixo pode fazer com que um aventureiro deixe completamente a nossa agência. O combate no jogo segue o padrão de um RPG por turnos clássico, o que é um pouco dececionante para um jogo focado em quebrar barreiras. Aprender as melhores habilidades e movimentos de cada um dos aventureiros acaba por se tornar um pouco aborrecido também, no entanto, o sistema de combate é funcional e aqueles que gostam do estilo de combate JRPG não terão reclamações.

Embora muito tenha sido pensado nos aspectos técnicos do jogo, os visuais deixam um pouco a desejar. As animações são suaves, mas os gráficos ficam aquém daquilo que nos habituámos a ver. Epic Manager também sofre com a falta de variedade no departamento de som e música, reciclando demasiadas vezes as mesmas músicas e os restantes efeitos são simples. A ManaVoid Entertainment criou um jogo que combina surpreendentemente bem dois géneros, mas existem bastantes áreas que ficam um pouco aquém. Ao tentar ser o melhor dos dois mundos, o jogo não se consegue destacar em nenhum deles.

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