Análise: Forward: Escape the Fold

Quem lê as nossas análises sabe que sou fã de roguelikes. Nem todos são bons, mas quando um jogo consegue acertar nos melhores elementos do género, a experiência consegue ser completamente diferente daquilo que podemos encontrar num jogo mais linear, mesmo que seja em mundo aberto. Se também acham este género de jogos interessante, mas geralmente pensa que são muito exigentes ou que consomem muito tempo Forward: Escape the Fold pode ser bastante interessante. Forward: Escape the Fold é um roguelike simples com um estilo retro, projetado para ser jogado em sessões curtas e sem muita complicação, mas ainda assim capaz de oferecer uma experiência divertida.

Como a maioria dos jogos do género, Forward: Escape the Fold apresenta uma premissa simples. O jogador entra numa masmorra gerada de forma procedural e luta para escapar ou até enfrentar a morte. No entanto, ao contrário da maioria dos jogos do género, nesta masmorra, tanto a nossa personagem como todos os restantes elementos são representados por cartas dispostas à nossa frente. O jogo mantém tudo simples e desprovido de elementos visuais chamativos ou cenas de ação em 3D. A essência do jogo está nas cartas. Não há estatísticas complicadas na maior parte do tempo, nem puzzles complexos para resolver. Tudo se resume a nós e a masmorra, com a adição ocasional de uma taverna e outros elementos desprovidos de ação.

Ao iniciar o jogo, escolhemos um modo de jogo e um dos vários personagens desbloqueáveis, cada um com uma habilidade única e um conjunto inicial de itens. O jogo possui uma atmosfera descontraída, permitindo ao jogador gastar o tempo que quiser para tomar as suas decisões. Embora as regras do jogo sejam simples, é necessário ponderar cuidadosamente as nossas escolhas. Rapidamente descobrimos que, apesar de termos apenas três opções para escolher a qualquer momento, a profundidade do jogo é maior do isso, algo que se deve à ampla variedade de cartas de itens que são desbloqueadas à medida que avançamos.

O sistema de combate é extremamente simples. Sempre que encontramos um inimigo, trocamos ataques com ele, reduzindo a nossa saúde de acordo com o valor de dano indicado na carta do inimigo. Em seguida, o inimigo desaparece, deixando para trás possíveis saques. O objetivo é simplesmente ter mais saúde no final de cada nível do que o valor de dano indicado na carta do boss. Se tivermos sucesso, a nossa saúde aumenta e recebemos um tesouro como recompensa. Como mencionado anteriormente, sempre que jogamos, é uma experiência única e independente, ou não fosse este um jogo roguelite. Existem 13 n´íveis gerados aleatoriamente e cada um pode ser concluído em alguns minutos no máximo. Sempre que jogamos existem dois desfechos, morrer ou chegar ao final.

Terminar o jogo é relativamente acessível, sendo possível chegar ao final dentro de uma hora. Fazer isso, desbloqueia uma opção de habilidade diferente para o herói que estamos a jogar. Após desbloquear essa opção, o jogo oferece um modo difícil e um modo de desafio, com configurações distintas das personagens normais. Infelizmente o jogo não oferece uma história, nem que seja básica que progrida a cada jogada. Não é também um jogo muito ambicioso, ficando-se por ser bom nos poucos sistemas que apresenta. O jogo consegue proporcionar uma experiência notavelmente satisfatória, despertando aquele vontade de jogar só mais uma vez, no entanto, apresenta alguns pequenos obstáculos a serem superados como masmorra que é matematicamente impossível de concluir. Embora isso não aconteça com muita frequência, é um tanto frustrante. É interessante ver como as nossas decisões acabam por afetar o desenrolar do jogo. Seria agradável ter um pouco mais de informações ou história de fundo.

Embora parte do charme do jogo, os visuais são um tanto simplistas, mesmo para uma estética pixel art. Embora existam algumas animações subtis e efeitos visuais, não é um jogo muito colorido. A arte nas cartas é decente, mas não particularmente notável. Quase toda a atmosfera do jogo é transmitida por meio do áudio, o que pode ser um pouco dececionante. A experiência de áudio em Forward: Escape the Fold é de alta qualidade e contribui significativamente para a atmosfera do jogo. Entre os níveis do jogo, há um som assustador e misterioso que cria uma sensação arrepiante, enquanto nos níveis das masmorras em si, encontramos uma banda sonora envolvente que evocam a sensação de profundidade e escuridão que se pedia. A música também intensifica à medida que nos aproximamos do boss de cada andar, adicionando um toque especial. Os efeitos sonoros são bem executados e complementam perfeitamente as ações realizadas.

Em termos de jogabilidade, Forward: Escape the Fold oferece uma experiência rica. A jogabilidade rápida e a experiência sólida tornam-o o jogo ideal para aqueles momentos em que não temos tempo para investir em grandes RPGs longos. A experiência visual poderia ser melhorada, mas os fãs do género irãoi encontrar aqui muito para gostar.

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