Análise: Adore

Adore é um novo jogo da Cadabra Games e publicado pela QUByte Interactive, que mistura uma série de géneros para criar uma experiência realmente diferente do que já vimos. O início de Adore apresenta uma sensação de alegria que nos transportar para a era da PlayStation 2 ou GameCube, situando-nos no cenário do mundo onde dois deuses travaram uma batalha. Visualmente o jogo pode ter semelhanças com o que encontrávamos nessa altura, mas o jogo não deixa de nos deixar uma sensação muito mais moderna. O jogo coloca os jogadores no papel de um rapaz que se vê investido com o poder do deus derrotado e que precisa colaborar com esse deus e com a aldeia onde se encontra para derrotar o malévolo Ixer.

O aspeto mais marcante da jogabilidade de Adore é a coleção de monstros e a sua utilização para derrotar outras criaturas e bosses. A sua natureza de geração aleatória e a dificuldade ocasionalmente desafiadora são aspectos presentes no jogo. As batalhas com outros adoradores quebram a monotonia e acrescentam um elemento competitivo ao jogo. Adore abrange múltiplos géneros, sendo a coleção de monstros o elemento central. Os jogadores colecionam criaturas, enfrentam outras criaturas em níveis gerados aleatoriamente, recolhem recursos e avançam na história ou nos seus próprios objetivos, como melhorar os recursos e as criaturas. A perspetiva de jogo de cima para baixo, natural de um dungeon crawler, permite aos jogadores atribuir criaturas a botões principais, convocando-as para o campo. Essa mecânica oferece flexibilidade na abordagem ao combate.

O combate em Adore inicialmente atrai devido à combinação de captura de monstros e jogabilidade de ARPG. Convocar criaturas no momento certo para eliminar inimigos oferece satisfação, sendo uma espécie de versão Adore dos feitiços e habilidades que encontramos normalmente no género. A abordagem limitada, mas garantida, ao saque contribui para a experiência. À medida que o jogo avança, artefatos e melhorias de estatísticas entram em cena, adicionando camadas de complexidade à jogabilidade. Nada em Adore é verdadeiramente complexo, mas a jogabilidade é gratificante. Apesar dos seus pontos fortes, a jogabilidade de Adore acaba por ser menos robusta do que se esperava. Aos olhos de muitos, após aproximadamente uma hora de jogo, as mecânicas centrais do combate parecem não variar significativamente. Esquivar-se e convocar monstros tornam-se padrão. Os mapas, embora visualmente atraentes, frequentemente carecem de diversidade e apresentam problemas de visibilidade. Os monstros podem acumular-se em cantos estreitos, mas podem ser evitados facilmente.

A distribuição de bónus e saque em Adore gera críticas. Para capturar criaturas, os jogadores precisam de orbes específicas, que só podem ser obtidas em mapas designados. Estas orbes oferecem escolhas entre bónus de estatísticas. Ao contrário de roguelikes tradicionais, onde essas escolhas são frequentes, em Adore podem ser escassas ou mesmo ausentes. Esta abordagem pode resultar em sensações de falta de recompensa e repetição, especialmente quando os jogadores necessitam de procurar recursos para preparar-se para desafios futuros.

Apesar de Adore apresentar boas ideias ao combinar elementos de ARPG com coleção de monstros, a sua execução acaba por ser menos satisfatória do que se esperava, especialmente como um roguelike. Os fãs de Pokémon podem encontrar aqui uma variação da fórmula que gostam e que é refrescante. O combate estático e repetitivo, juntamente com a falta de diversidade nos mapas, são aspectos que prejudicam a experiência. No entanto, a estética visual e a banda sonora são ambos positivos. A narrativa e mecânica de jogabilidade podem atrair jogadores, mas as limitações e falhas na implementação impedem que o jogo se destaque muito.

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