Análise: Gunbrella

No vasto cenário dos jogos indie, muitas vezes deparamo-nos com títulos que se destacam pela sua singularidade e criatividade. Um desses jogos é Gunbrella, uma emocionante aventura 2D que mistura elementos de plataforma, tiroteio e um toque steampunk. Desenvolvido com maestria pela mente criativa por trás da D-Pad Studio, Gunbrella é um exemplo perfeito de como um conceito aparentemente estranho pode se traduzir em uma experiência de jogo envolvente e memorável. É um daqueles jogos que transpira o ADN da Devolver Digital e é essa a sua editora. A premissa de Gunbrella pode parecer um tanto peculiar à primeira vista. O jogador assume o papel de uma personagem que lembra um cowboy com uma espingarda que, surpreendentemente, também é um guarda-chuva. Esta arma improvável não apenas serve como proteção contra projéteis inimigos, mas também desencadeia uma série de habilidades extraordinárias, tornando-a uma adição fundamental à jogabilidade.

Este mundo steampunk é reminiscente de um velho oeste repleto de engrenagens gigantes que giram incessantemente, um cenário perfeito para o que se desenrola como um conto de ação e aventura. A atmosfera é tão peculiar quanto a arma principal do jogo, lembrando um cruzamento entre o Deadwood e um musical da Broadway. O guarda-chuva que também é uma espingarda é a verdadeira estrela de Gunbrella. Ele oferece uma série de opções divertidas e ágeis de travessia que são fundamentais para o sucesso no jogo. O jogador pode utilizá-lo para deslocar-se rapidamente para a frente e para trás, permitindo movimentos acrobáticos. Abrir o guarda-chuva no ar equivale a um segundo salto, o que é essencial para superar obstáculos e alcançar plataformas elevadas. Além disso podemos prender o guarda-chuva em cordas e deslizar livremente em qualquer direção, ignorando completamente a física.

No calor da batalha, o guarda-chuva transforma-se num escudo, mas o verdadeiro truque está em cronometrar a abertura do guarda-chuva perfeitamente para desviar tiros de volta para os seus remetentes. A espingarda que carregamos também é uma ferramenta poderosa. Disparar de perto resulta numa explosão visceral. Gunbrella tem sido descrito como um Metroidvania, mas na realidade, não se encaixa nesse género. Em vez disso, oferece uma experiência de jogo quase inteiramente linear com níveis de masmorra que se ramificam à medida que nos aproximamos do objetivo final. Isso resulta numa experiência mais linear. O verdadeiro ponto forte de Gunbrella é a diversão que se encontra ao brincar com a sua mecânica única. Conforme avançamos, desbloqueamos novos tipos de munições que expandem o nosso repertório de combate. Uma metralhadora permite-nos eliminar inimigos a longa distância, enquanto granadas são ideais para lidar com grupos de bandidos. Mais adiante, podemos marcar inimigos com bombas adesivas e detoná-las simplesmente abrindo o guarda-chuva. Esta mecânica simples, mas genial.

Gunbrella enfrenta dificuldades em evoluir para algo mais do que um shooter de movimento lateral. As moedas que recolhemos podem ser usadas para comprar pílulas ou cozinhar comida, mas as áreas de gravação e bancos de vitalidade estão tão abundantemente distribuídos pelo mundo do jogo que a morte raramente é uma preocupação real. Gunbrella é um jogo indie cativante e original que oferece uma experiência única com um toque steampunk. O mundo peculiar e as personagens carismáticas são complementados pela mecânica de jogo envolvente, tornando cada momento uma alegria para jogar. Embora o jogo possa não se encaixar perfeitamente na categoria Metroidvania, ele brilha como uma adição refrescante ao gênero de plataforma de deslocação lateral.

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