Análise: Sword Art Online Last Recollection

A série de jogos SWORD ART ONLINE está prestes a chegar ao final, pelo menos por enquanto, com o lançamento de SWORD ART ONLINE Last Recollection. Prometendo um elenco extenso de personagens jogáveis e uma história original que envolve Kirito e seus aliados após os eventos trágicos durante a Guerra do Submundo, as expectativas eram altas. No entanto, após uma receção controversa do seu antecessor, Alicization Lycoris, os criadores do jogo, a Aquria, têm aqui a difícil tarefa de reconquistar os fãs. A questão que se coloca é se SWORD ART ONLINE Last Recollection é um RPG de ação que perdurará na memória dos jogadores ou apenas mais uma parcela que rapidamente será esquecida. Ambientado mais uma vez no universo virtual do Submundo, Last Recollection começa com uma cena de ação emocionante, com uma Cavaleira das Trevas sendo perseguida pelos céus e, eventualmente, caindo em direção ao solo. Felizmente, Kirito, Eugio e Alice estão lá para socorrê-la, revelando que a Cavaleira das Trevas, Dorothy, está em uma missão crucial. Ela tenta negociar a paz entre o Território das Trevas e o Reino Humano, e, juntos, eles partem em uma missão para convencer os Dez Lordes a encerrar a guerra de uma vez por todas.

Uma lufada de ar fresco na narrativa é a introdução de Dorothy como personagem principal, pois ela traz consigo um passado intrigante que adiciona profundidade à história. Infelizmente, esse brilho é ofuscado pela história geral que se apresenta como monótona e fragmentada. Muitas cutscenes carecem de conteúdo significativo, com conversas nada memoráveis e interrupções frequentes, o que torna a experiência do jogo frustrantemente stop-and-go. A falta de personalidade e carisma em grande parte do elenco de personagens também é notável. Com exceção de um mercador ganancioso e ligeiramente cómico chamado Kainan, as personagens não conseguem prender a atenção do jogador. O trabalho de vozes em japonês é aceitável, mas o guião em si deixa muito a desejar, proporcionando poucas oportunidades para os atores brilharem.

As missões principais do jogo envolvem Kirito e até três outros membros da equipe atravessando as terras perigosas do Território das Trevas para se encontrarem com os líderes. Essa aventura leva os jogadores por locais pertencentes a diferentes facções, como goblins, ogres e orcs, com inimigos de diversos níveis ao longo do caminho. Apesar disso, a exploração é limitada, as áreas são restritivas e a mecânica de progressão é repetitiva, baseada principalmente na derrota de inimigos gigantes e na resolução de puzzles puzzles ambientais simples. A deceção mais profunda do jogo reside no combate, que deveria ser um dos seus pontos fortes. O combate ocorre numa perspectiva de terceira pessoa e permite a troca entre os personagens escolhidos. Embora haja uma variedade de personagens jogáveis para desbloquear, cada uma delas é limitada pelas habilidades determinadas pela arma que usam no momento. O grande problema aqui é que todas as habilidades estão disponíveis desde o início, eliminando a sensação de progressão e tornando o combate tedioso. Os jogadores acabam por usar às mesmas habilidades repetidamente, sem objetivos significativos para trabalhar.

O combate em si é simplificado a um ponto alarmante. As habilidades podem ser ativadas manualmente, gastando pontos de energia recarregáveis, mas até três delas podem ser ativadas simplesmente apertando repetidamente o botão de ataque. Isso leva a encontros previsíveis e enfadonhos, onde a estratégia é praticamente inexistente. O sistema de aliados também deixa a desejar, com membros da equipa frequentemente a ser derrubados, apesar das opções de tática e comando disponíveis ao jogador. Além das missões principais, existem missões secundárias que geralmente consistem em procurar algo ou derrotar inimigos específicos. Infelizmente, essas missões são prejudicadas pela falta de direção e clareza em como concluí-las, o que pode ser frustrante. Há também as missões de caça que envolvem encontrar criaturas de alto nível em comparação com o jogador. Enquanto essas missões oferecem um desafio, a capacidade de enfrentá-las em cooperação com outros jogadores é uma promessa tentadora, que infelizmente é prejudicada por um sistema de matchmaking fraco.

Os episódios quest são talvez o ponto mais alto do jogo. Essas missões desencadeiam cutscenes no estilo de romance visual entre personagens, proporcionando uma mudança bem-vinda no ritmo do jogo. As ilustrações em 2D dessas cenas são visualmente agradáveis e acrescentam um toque de arte ao jogo. No entanto, fora dessas missões específicas, os visuais de SWORD ART ONLINE Last Recollection deixam muito a desejar. A maioria dos ambientes apresenta paisagens desinteressantes e texturas de baixa qualidade, com frequentes problemas de carregamento de texturas. Essa falta de detalhes contrasta com os modelos de personagens 3D, que são bem apresentados e vibrantes, assim como as animações de habilidades e movimentos finais que são os destaques visuais do jogo.

No geral, SWORD ART ONLINE Last Recollection não atende às expectativas da série e de seus fãs. Apesar de trazer um elenco extenso de personagens e uma variedade de habilidades, o jogo não consegue manter o interesse dos jogadores. A narrativa monótona, a falta de objetivos atraentes e o combate repetitivo contribuem para uma experiência que deixa muito a desejar.

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