Gods of the Twilight, uma visual novel que recentemente entrou em Acesso Antecipado, revela-se uma experiência intrigante, apresentando uma mistura cativante de elementos cyberpunk, narrativa envolvente e escolhas significativas. Este jogo, que muitas vezes enfrenta preconceitos no mundo dos videojogos, consegue prender a atenção do jogador. A narrativa de Gods of the Twilight segue as vidas entrelaçadas de Farkas e Althea, dois protagonistas que descobrem que podem transcender a humanidade com um segredo misterioso. A possibilidade de alternar entre estes dois personagens ao longo do jogo adiciona uma dinâmica única à experiência, permitindo que os jogadores explorem diferentes perspetivas dentro da história. Ambos começam como praticamente folhas em branco, mas à medida que o jogo avança, desenvolvem-se de maneiras cativantes, proporcionando uma jornada de autodescoberta para os jogadores.
O cenário distópico de Gods of the Twilight, situado num futuro em que o aumento dos níveis do oceano reconfigurou o mundo, é visualmente intrigante. Nova Reykjavik, uma cidade cyberpunk flutuante sobre o oceano, é o palco principal da narrativa, proporcionando uma atmosfera única e distinta. No entanto, existe uma subutilização dos elementos cyberpunk nos primeiros cinco capítulos, sugerindo que a promessa desse pano de fundo ainda não se concretizou totalmente. A esperança reside na expectativa de uma maior exploração desses elementos nos episódios seguintes. Uma peculiaridade é a combinação de animação 3D e desenhos animados tradicionais, algo que não convence completamente. Embora as ilustrações das personagens e algumas cenas de ação desenhadas à mão se destaquem pela sua qualidade, os cenários em grande parte compostos por renders 3D parecem carecer da mesma vitalidade. Essa mistura de estilos visuais pode não ser do agrado de todos os jogadores, mas é subjetiva e depende do gosto pessoal.
No entanto, o design sonoro em Gods of the Twilight demonstra mais qualidade. A banda sonora é envolvente, mantendo uma experiência auditiva agradável ao longo do jogo. Os efeitos sonoros, combinados com a música, contribuem para criar uma atmosfera imersiva, enquanto a presença de vozes totalmente dobradas por talentosos profissionais do setor adiciona um toque especial ao jogo. A adaptação do autor a alternar entre leitura e audição destaca a qualidade das performances vocais, um aspeto crucial numa visual novel. A força do componente narrativo em Gods of the Twilight é outro ponto forte. A escrita é comparável ao estilo de um anime, proporcionando uma experiência de leitura que se assemelha a assistir a uma série de animação japonesa. A narrativa, que se estende por cinco episódios disponíveis no Acesso Antecipado, deixa o jogador ansioso por mais, mas também ressalta que os jogadores que procuram um desfecho satisfatório podem ficar desapontados, dada a natureza em andamento do jogo.
A liberdade de escolha oferecida ao jogador é essencial numa visual novel, e Gods of the Twilight parece ter integrado essa característica de maneira eficaz. Embora não seja possível apontar para momentos específicos que alteram drasticamente a trajetória da história, existem escolhas que afetam significativamente a experiência. Essa sensação de propriedade na narrativa é um ponto forte, incentivando repetições e explorando diferentes ramificações na história.
Gods of the Twilight, mesmo com os seus altos e baixos visuais e técnicos, oferece uma experiência cativante e envolvente. Com uma narrativa que evoca o estilo anime, escolhas significativas e uma promessa de mais conteúdo através de múltiplas temporadas, o jogo parece ter conquistado a atenção dos jogadores e promete ser uma aventura digna de acompanhamento à medida que novos episódios são lançados durante o período de Acesso Antecipado na Steam.
