Análise: Balloony

Balloony é um jogo de plataformas 2D originalmente desenhado para plataformas móveis, agora disponível na Nintendo Switch. A premissa é simples, o malvado Dr. Blimp roubou as preciosas bolhas de hélio, e cabe ao jogador, na pele de um balão, viajar pelo mundo para as recuperar. Embora à primeira vista pareça um jogo cativante para um público mais jovem, Balloony falha em vários aspetos cruciais que impedem que se destaque no género. Logo ao iniciar o jogo, percebe-se que Balloony não oferece um grande desafio. A simplicidade dos níveis e a falta de dificuldade são notáveis. Mesmo considerando que o jogo é direcionado para crianças, a ausência de obstáculos significativos e a facilidade com que se pode completar os níveis tornam a experiência monótona. O desafio é um elemento essencial nos jogos de plataformas, independentemente do público-alvo, pois incentiva o crescimento e a superação de dificuldades, algo que Balloony não consegue proporcionar.

As mecânicas do jogo são bastante básicas. O jogador pode rolar, saltar e voar. No entanto, a mecânica de voo está desajustada, permitindo que o balão permaneça no ar indefinidamente com apenas alguns toques repetidos no botão de voo. Esta funcionalidade trivializa os níveis, pois quase todos podem ser ultrapassados simplesmente voando por cima dos obstáculos e inimigos. Esta característica faz com que o jogo pareça inacabado, como se a mecânica de voo tivesse sido adicionada de última hora sem o devido teste de jogabilidade. Os bosses são outro ponto fraco de Balloony. Em vez de oferecerem desafios únicos e interessantes, a maioria são apenas versões aumentadas dos inimigos normais, que se movem de maneira previsível e requerem poucos golpes para serem derrotados. Esta falta de inovação e complexidade nos encontros com bosses é decepcionante e subestima a capacidade dos jovens jogadores de lidar com desafios mais elaborados.

A personagem principal, um balão com olhos e boca, carece de personalidade e carisma. Comparando com outros protagonistas de jogos de plataformas, como Mario, Sonic ou Rayman, que possuem design e história ricos, Balloony falha em criar uma conexão significativa com o jogador. A ausência de desenvolvimento de personagem ou de novas habilidades ao longo do jogo contribui para uma experiência rasa e pouco envolvente. A construção do mundo em Balloony também deixa muito a desejar. Os níveis apresentam cenários repetitivos e pouco criativos, com paredes de cactos a aparecerem constantemente sem uma lógica clara. A presença dos mesmos inimigos em diferentes ambientes torna o jogo previsível e aborrecido. A música, muitas vezes repetitiva e sem inspiração, ou até ausente em certos níveis, como o mundo de inverno, falha em criar uma atmosfera envolvente.

Embora Balloony seja fácil de aprender a jogar, com um esquema de controlos intuitivo, a rigidez dos saltos e a falta de fluidez nos movimentos prejudicam a jogabilidade. Não encontrei bugs graves que comprometessem o jogo, o que é um ponto positivo, e há algum valor em colecionar todas as estrelas e cosméticos disponíveis. No entanto, estes elementos não são suficientes para redimir os muitos defeitos do jogo. A comparação com outros jogos de plataformas 2D, mesmo os de menor orçamento revela que Balloony fica muito aquém em termos de design de personagens, mecânicas inovadoras e construção de mundo. Estes jogos oferecem experiências ricas e desafiantes, algo que Balloony não consegue entregar.

Balloony é uma tentativa falhada de criar um jogo de plataformas cativante para um público jovem. A falta de desafio, design repetitivo, personagens pouco carismáticas e uma construção de mundo fraca tornam este jogo uma experiência desapontante.

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