Análise: Ziggy

Quando se trata de jogos de plataformas de estilo retro, o mercado está saturado. É um género que já viu tudo, desde obras-primas pixeladas até tentativas menos inspiradas. Ziggy tenta encontrar o seu lugar neste campo competitivo, mas à primeira vista, Ziggy não traz nada de novo. O protagonista é um pequeno personagem amarelo, que usa um chapéu de coco bastante elegante no jogo, embora esteja ausente na capa. A premissa é simples, ultrapassar trinta níveis repletos de obstáculos mortais, desde espigões e serras circulares a lasers, com um foco claro na precisão dos movimentos. Cada nível apresenta-se num único ecrã, e a missão é atravessá-lo de um lado ao outro, atingindo o poste totémico com a palavra “objetivo”.

Os controlos de Ziggy são básicos, ele pode saltar, saltar novamente e deslizar. Esta simplicidade pode ser vista como um trunfo, mas também como uma limitação, especialmente porque as habilidades oferecidas não são novas para os veteranos do género. A habilidade de deslizar, essencial para atravessar grandes lacunas e espaços apertados, demora alguns segundos a recarregar entre usos, o que adiciona um nível de desafio, mas também de frustração. Além destas habilidades, Ziggy pode saltar pelas paredes. No entanto, esta mecânica é imperfeita, pois Ziggy automaticamente empurra-se para longe das paredes ao saltar perto de uma superfície vertical, o que muitas vezes resulta em mortes indesejadas e frustrantes. Dado que a precisão é crucial num jogo deste tipo, esta falha nos controlos é uma desilusão.

Visualmente, Ziggy adota um estilo pixel art que, embora competente, não oferece nada de inovador. A estética retro foi explorada à exaustão no mercado de jogos indie, e Ziggy não se esforça para se distinguir. Os cinco biomas que compõem os níveis são diferenciados apenas por paletas de cores e alguns perigos adicionais, o que contribui para uma sensação de déjà vu. A personagem principal, Ziggy, é pouco detalhado e muitas vezes difícil de distinguir, parecendo mais um borrão amarelo, o que é uma pena considerando o potencial para um design mais cativante. A banda sonora, composta por batidas de sintetizador, é um ponto positivo. Embora não revolucionária, complementa bem a ação e ajuda a manter o jogador envolvido. No entanto, não é suficiente para compensar as falhas mencionadas anteriormente.

Em termos de dificuldade, Ziggy oferece um desafio gradual. Os níveis iniciais são acessíveis, mas a dificuldade aumenta à medida que se avança. Contudo, esta progressão é interrompida por momentos de frustração causados pelos controlos imprecisos e pela precisão excessiva de alguns obstáculos, como as torres automáticas. Um dos maiores pontos fracos de Ziggy é a sua curta duração. Com apenas trinta níveis, o jogo pode ser concluído em cerca de 45 minutos, o que é dececionante, mesmo considerando o preço acessível.

Ziggy é um jogo que, embora tenha alguns aspetos positivos, falha em se destacar num género já muito explorado. As mecânicas e características que apresenta são algo que os fãs de plataformas já viram inúmeras vezes, e a sua curta duração deixa muito a desejar. É um jogo que pode entreter por um curto período, mas que não deixará uma marca duradoura.

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