Dungeons of Hinterberg tenta reinventar o género dos dungeon crawlers, misturando elementos modernos com uma sensação clássica. Apesar de o jogo se passar nos dias de hoje, com telemóveis, táxis e streamers a fazerem parte da sua realidade, a pequena cidade alemã e as suas paisagens envolventes transportam-nos para um tempo mais simples. Esta combinação cria uma atmosfera única que cativa desde o início e diferencia o jogo de outros no género. Ao longo da aventura, jogamos como um turista que, após um acidente durante uma missão de treino, decide ficar na região famosa pelas suas masmorras. Este evento provoca um terramoto, que serve como mecanismo para limitar o progresso, impedindo o jogador de explorar masmorras demasiado difíceis logo no início. Este é um detalhe interessante, mas que, durante a antevisão de cinco horas, parece estar mais presente como uma limitação do que como parte da narrativa.
A estrutura do jogo é simples e eficiente. Cada dia oferece a oportunidade de explorar uma masmorra, meditar junto a um lago ou realizar outras atividades que aumentam os atributos do personagem, mas que não fazem progredir a história. À medida que se avançam nas masmorras, novas regiões são desbloqueadas, cada uma com uma identidade visual distinta. Desde pradarias verdejantes a tundras geladas, o jogo oferece uma boa variedade de ambientes, mas é nas masmorras que o design realmente brilha. Cada uma é única, com desafios que variam entre combate, puzzles e mecânicas criativas. Infelizmente, fora das masmorras, o mundo de Hinterberg parece vazio. As missões no exterior resumem-se a tarefas repetitivas, como recolher partes de monstros, o que rapidamente se torna aborrecido. Embora o combate no mundo aberto seja funcional, carece de profundidade ou de um propósito narrativo. Dungeons of Hinterberg parece entender que o seu ponto forte são as masmorras, e a maior parte do tempo o jogador é desafiado a resolver puzzles em vez de lutar.
Grande parte da história acontece na própria cidade de Hinterberg, onde os jogadores podem interagir com personagens e aumentar as suas estatísticas ao conviver com elas. Contudo, os problemas dessas personagens parecem triviais e pouco envolventes, o que faz com que o jogador questione o seu investimento emocional no enredo. Visualmente, o jogo tem um estilo peculiar que pode não agradar a todos. Com uma estética angulosa e cores vivas, o jogo destaca-se dos padrões atuais. O design dos inimigos, em particular, é criativo, com monstros de aparência bizarra a adicionar uma sensação gótica ao ambiente. Apesar de algumas falhas, Dungeons of Hinterberg tem charme suficiente, especialmente nas suas masmorras, para manter os jogadores interessados.