Antevisão: Quest Master

O conceito de fazer um jogo dentro de um jogo não é novo, mas poucos títulos conseguiram capturar a imaginação dos jogadores como Super Mario Maker fez. A Nintendo acertou em cheio ao dar aos fãs as ferramentas necessárias para criarem os seus próprios níveis no icónico universo de Mario. No entanto, muitos de nós questionamos por que razão a Nintendo nunca aplicou a mesma fórmula ao universo de The Legend of Zelda. Felizmente, a Apogee Entertainment decidiu preencher essa lacuna com Quest Master, um jogo em acesso antecipado que traz a ideia de construção de masmorras e aventuras num estilo retro inspirado pelos clássicos Zelda. Quest Master pega na fórmula de Super Mario Maker e aplica-a à estrutura de um jogo 2D no estilo de The Legend of Zelda. A premissa é simples, jogamos num plano 2D, onde podemos mover-nos nas quatro direções, tal como nos jogos clássicos de Zelda.

A jogabilidade é bastante familiar para os fãs do género, com a inclusão de uma espada que pode ser usada para ataques normais ou carregada para um ataque giratório. Além disso, temos a capacidade de rolar para desviar de ataques e executar um ataque rápido ao sair da rolagem. Também podemos apanhar itens chave, como bombas ou uma pá, que nos permitem interagir com o ambiente de diferentes formas e derrotar inimigos de maneira mais eficaz. O jogo ainda permite cooperar com até três jogadores, o que acrescenta uma camada extra de diversão e estratégia. A facilidade com que se encontra e descarrega novas masmorras criadas pela comunidade é uma das grandes forças de Quest Master, especialmente nesta fase de acesso antecipado, onde o conteúdo gerado pelos jogadores é fundamental para manter o jogo vivo e interessante.

Uma das maiores atrações de Quest Master é o seu robusto sistema de criação de masmorras. Tal como em Super Mario Maker, aqui os jogadores têm a liberdade de construir as suas próprias aventuras utilizando uma vasta gama de ferramentas e opções. A simplicidade da interface de criação, especialmente ao utilizar um comando, permite que qualquer pessoa, independentemente da experiência, possa desenhar masmorras complexas e cativantes. A variedade de terrenos, itens, armadilhas e objetos interativos disponíveis é impressionante, proporcionando um leque quase ilimitado de possibilidades criativas. Podemos adicionar escadas que conectam diferentes pisos, e pelo que pude observar, o número de pisos que podemos adicionar é praticamente ilimitado. Com o decorrer do acesso antecipado, a Apogee Entertainment planeia adicionar ainda mais partes e opções ao sistema de criação, incluindo a capacidade de criar um mundo superior completo, algo que deve expandir significativamente as possibilidades do jogo. No entanto, mesmo na sua forma atual, o criador de masmorras é bastante completo e oferece uma experiência envolvente desde o primeiro momento.

Embora o sistema de criação de Quest Master seja impressionante, o jogo depende fortemente do conteúdo gerado pela comunidade. Neste momento, não existe uma campanha para um jogador, o que significa que todas as masmorras que jogamos foram criadas por outros jogadores. Isto pode ser tanto uma vantagem como uma desvantagem. Por um lado, a diversidade de níveis disponíveis proporciona uma experiência constantemente fresca e imprevisível. Por outro lado, a ausência de um modo de história ou campanha tradicional pode desmotivar aqueles que preferem uma experiência mais estruturada e guiada. A qualidade das masmorras criadas pela comunidade varia, como seria de esperar, mas existem várias que foram incrivelmente bem desenhadas e desafiantes, proporcionando cerca de 15 a 20 minutos de jogo intenso por cada uma.

Quest Master parece ter sido feito a pensar no Steam Deck. Com os seus gráficos pixelizados e jogabilidade 2D, à primeira vista, o jogo deveria funcionar perfeitamente na consola portátil da Valve. E, de facto, na maioria das masmorras mais simples, o jogo corre suavemente a 90 FPS. Algumas masmorras mais avançadas, com maior número de inimigos e efeitos, exigem mais, causando quedas de framerate para 40 FPS e um aumento significativo no consumo de bateria. No que toca à acessibilidade, Quest Master oferece algumas opções interessantes. Podemos ajustar a intensidade do tremor da tela, a duração das dicas, a sensibilidade de rolagem e a velocidade de zoom, entre outras configurações.

Quest Master é, sem dúvida, um dos títulos em acesso antecipado que vale a pena acompanhar de perto. Com mecânicas sólidas e um editor robusto e intuitivo, o jogo já oferece uma experiência cativante e visualmente apelativa. No entanto, o sucesso de Quest Master depende muito da comunidade, que terá de se manter ativa para que o jogo continue a ser relevante e interessante. O potencial está lá, especialmente para os fãs de The Legend of Zelda e de jogos de construção.

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