Análise: Thistlemine

Thistlemine é o mais recente jogo de estratégia por turnos de Thistlebro e, sinceramente, é uma experiência frustrante que se arrasta entre momentos de potencial e outros de pura frustração. A premissa é interessante: jogamos como Noa, um escavador de baixo escalão que tem de atravessar a Zona de Exclusão, enfrentando criaturas chamadas Anomalis. Estas criaturas, uma mistura entre plantas e pessoas, libertam uma substância tóxica conhecida como Miasma, que é responsável pelas mutações que dominam a região. A história, no entanto, é bastante subtil e difícil de seguir. O enredo está escondido por trás de pequenas conversas, descrições de inimigos e cartas espalhadas pelos níveis. Embora se intensifique à medida que nos aventuramos mais fundo na Zona de Exclusão, nunca se torna verdadeiramente cativante. As personagens que encontramos ao longo do caminho não têm grande profundidade e a narrativa em si nunca me deu vontade de descobrir mais sobre o que estava a acontecer. Felizmente, o jogo permite que a história seja completamente ignorada, e o foco pode estar na jogabilidade.

Thistlemine oferece três modos de jogo distintos: Standard, Regimental e Temporal Rift. O modo Standard é o mais acessível, com muitos pontos de controlo e poucas penalizações por falhar. O modo Regimental, por outro lado, é um verdadeiro teste de velocidade, onde temos apenas duas horas para completar o jogo. Por fim, a Fenda Temporal funciona como uma sala de testes, onde podemos experimentar e planear estratégias, algo interessante para os jogadores mais dedicados. A jogabilidade divide-se entre exploração e combate. Durante a exploração, procuramos itens, enfrentamos inimigos e tomamos decisões sobre o que fazer em diferentes situações. No entanto, a exploração é algo limitada e, muitas vezes, as opções de escolha são crípticas, deixando o jogador um pouco perdido. O combate segue o formato tradicional de RPG por turnos, onde podemos escolher entre ataques básicos, habilidades especiais e movimentos de cura. O Miasma introduz um limite de tempo nas batalhas, obrigando-nos a derrotar os inimigos antes que o número de turnos termine, o que adiciona uma camada interessante de estratégia.

Infelizmente, embora o sistema de combate tenha potencial, existem vários problemas que podem frustrar os jogadores. O principal é a inconsistência no dano causado pelos ataques. Por vezes, o mesmo ataque pode causar danos muito diferentes, o que pode ser bastante irritante, especialmente em lutas mais difíceis. Além disso, o jogo falha em explicar adequadamente as suas mecânicas, deixando os jogadores a experimentar por tentativa e erro, o que não seria um problema se o jogo não parecesse tão desequilibrado em alguns momentos.

Visualmente, Thistlemine aposta num estilo chibi para as personagens, o que funciona bem para dar alguma personalidade ao elenco, mas a falta de animação durante as batalhas torna a experiência repetitiva e visualmente monótona. A música, por outro lado, é bastante agradável, mas rapidamente se torna cansativa quando temos de repetir as mesmas batalhas inúmeras vezes. Thistlemine é um jogo difícil de recomendar. Se são fãs de jogos de estratégia por turnos e gostam de um desafio que exige planeamento cuidadoso, pode valer a pena tentar. No entanto, a frustração causada pela inconsistência no combate e a falta de clareza nas mecânicas fazem com que a experiência nem sempre seja agradável.

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