Análise: Universal Conquest

Universal Conquest é um jogo que tenta misturar vários géneros populares, como 4X, estratégia grandiosa e RTS, num simulador espacial ambicioso. No entanto, a execução falha em praticamente todos os aspetos, desde a interface do utilizador até ao design do jogo. A premissa inicial até pode parecer interessante, mas rapidamente se revela como um desastre completo, tornando-se um exemplo claro de como um jogo pode perder o rumo ao tentar ser demasiado complexo e abrangente. Um dos principais problemas de Universal Conquest é a sua interface. Para um jogo que tenta emular a vastidão de uma galáxia, era esperado que a interface transmitisse a grandiosidade do espaço e ao mesmo tempo fornecesse informações úteis e acessíveis. Contudo, o texto é tão pequeno que é quase ilegível em várias secções, e o layout da interface é caótico. Não há rótulos úteis nem uma organização intuitiva, o que faz com que navegar pelas opções do jogo seja um verdadeiro pesadelo. A Reptilian Games prometeu uma atualização para melhorar a legibilidade do texto, mas isso não resolve a falta de clareza e organização da interface.

Outro aspeto que dececiona profundamente é o design visual. Parece que grande parte do orçamento foi investido nas imagens de fundo dos ecrãs de carregamento, que são visualmente agradáveis, mas pouco mais no jogo atinge esse nível. Os retratos das personagens e os ícones disponíveis para personalizar o teu império estelar parecem ter sido feitos com ferramentas básicas. Isto contrasta fortemente com o que se espera de um jogo moderno de estratégia espacial, onde a imersão visual é essencial. As naves e veículos carecem de detalhe e peso visual, o que afeta a sensação de progressão e conquista.

A jogabilidade, que deveria ser o ponto forte de um jogo 4X e de estratégia grandiosa, é onde Universal Conquest se afunda completamente. O ritmo do jogo é extremamente lento e frustrante, com sistemas mal implementados que colidem uns com os outros. Não há um tecnograma claro para ajudar a planear as pesquisas científicas, e a criação de unidades e a gestão de líderes são confusas. Além disso, a ausência de abstrações de tempo faz com que o jogador avance mês a mês num calendário sem qualquer lógica aparente, o que contribui para a sensação de arrastar interminável. O sistema de geração procedimental, que deveria trazer frescura e imprevisibilidade ao jogo, apenas aumenta a frustração. Planetas habitáveis são extremamente raros, e encontrar um ambiente adequado para expandir o teu império pode levar décadas de tempo de jogo. A ausência de um sistema claro de classificação estelar e a forma como as estrelas são tratadas como obstáculos em vez de pontos de navegação só complicam ainda mais a experiência. O sistema de colonização é mal concebido, e o jogador não tem acesso às ferramentas necessárias para terraformar planetas ou avançar tecnologicamente de forma significativa.

Um dos maiores problemas técnicos do jogo reside na falta de opções de automatização das tarefas repetitivas, como a exploração espacial. Isto significa que o jogador tem de mover manualmente as suas frotas, o que rapidamente se torna aborrecido e exasperante. Além disso, os controlos são desajeitados, com falhas na navegação e na câmara que dificultam ainda mais a experiência. Até mesmo algo tão básico como salvar o jogo pode resultar em problemas, como um ecrã preto que bloqueia o progresso. É evidente que o jogo não foi testado de forma adequada antes do lançamento, o que resulta numa experiência mal polida e frustrante.

Universal Conquest tentou ser um jogo ambicioso, mas acabou por falhar em praticamente todos os aspetos. Desde a falta de clareza na interface, passando pelos visuais pouco inspirados, até à jogabilidade mal executada, este é um título que devia ter passado mais tempo em desenvolvimento. A Reptilian Games pode ter tido boas intenções ao criar um simulador galáctico de grande escala, mas a execução está tão longe daquilo que se esperava que é difícil encontrar qualquer ponto positivo.

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