Hell Galaxy é uma nova aposta do estúdio independente Italian Games Factory que mergulha os jogadores numa experiência de combate espacial recheada de horror cibernético. Este jogo coloca-nos na pele de criminosos condenados que, num futuro distante, têm a sua consciência permanentemente transferida para naves pequenas chamadas Raiders. A premissa é intrigante e o cenário é cativante o suficiente para prender a atenção dos jogadores nas primeiras horas. A estética de Hell Galaxy remete-nos para uma ficção científica sombria dos anos 90, com uma atmosfera carregada de desespero e isolamento. Somos lançados numa galáxia fria e desprovida de vida, onde os únicos seres sencientes são os Raiders, presos nas suas conchas metálicas. A sensação de isolamento é reforçada pela presença de vistas planetárias visíveis através de uma gaiola de energia protetora, que nos lembra constantemente que estamos num ambiente hostil e inóspito. Para piorar a situação, retransmissores de sinal espalham propaganda da Terra, oferecendo incentivos monetários para realizarmos objetivos específicos, mas deixam claro que ninguém nesta galáxia voltará a ver o planeta natal.
Um dos pontos fortes de Hell Galaxy é o seu sistema de combate. Os controlos de voo são intuitivos, permitindo manobras em todas as direções sem necessidade de impulso para a frente. No entanto, a sensação de controlo é um pouco prejudicada pela agilidade dos inimigos, que parecem sempre ser mais rápidos e manobráveis do que a nossa nave. Existe um impulso de emergência que permite escapar de combates difíceis, mas a falta de um impulso de combate mais curto e estratégico torna as batalhas menos dinâmicas do que poderiam ser. Ainda assim, o jogo consegue transmitir a intensidade e o perigo dos confrontos espaciais, especialmente quando os escudos da nossa nave são destruídos e começamos a receber danos diretos no casco, que é, essencialmente, o novo corpo da nossa personagem.
A personalização das naves promete ser um dos aspetos mais interessantes de Hell Galaxy. A demo oferece um vislumbre das várias opções de upgrades disponíveis, desde motores e cascos até subsistemas e suportes de armas. Esta diversidade de escolhas permite ao jogador adaptar a nave ao seu estilo de jogo. Na minha primeira tentativa, optei por uma configuração padrão com uma metralhadora Gatling e um lançador de foguetes para lidar com inimigos mais rápidos. Fiquei agradavelmente surpreendido ao descobrir que adicionar mais canos à metralhadora permitia disparar várias armas ao mesmo tempo, o que acrescenta uma camada extra de estratégia e personalização. Estou curioso para ver até onde esta personalização pode ir, especialmente nas fases mais avançadas do jogo.
O ambiente de Hell Galaxy é complementado por uma narrativa que, embora ainda superficial na demo, tem potencial para se aprofundar e oferecer uma experiência imersiva. Desde os fantasmas extraterrestres que perseguem a nossa mente eletrónica até os colossos robóticos que enfrentamos, cada elemento do jogo parece desenhado para nos manter em constante alerta e tensão. O desafio está presente desde o início, mas a nave inicial é resistente o suficiente para permitir que os jogadores aprendam as mecânicas sem se sentirem excessivamente punidos.
Hell Galaxy tem todos os ingredientes para se tornar um título de destaque no género de combate espacial. Ainda que a demo apresente algumas arestas por limar, especialmente no que diz respeito à responsividade dos controlos e à profundidade da narrativa, o jogo tem potencial para cativar fãs de ficção científica sombria e combates intensos. A personalização das naves e a atmosfera inquietante são os grandes trunfos deste título, que promete evoluir e surpreender à medida que se aproxima do seu lançamento completo.