Raiders of Valhalla é um daqueles jogos que se destaca pela simplicidade de conceito, mas que rapidamente revela uma profundidade que pode prender os jogadores durante horas a fio. Desenvolvido como um autobattler sidescroller com elementos roguelite, RPG, autochess e management, este jogo consegue criar uma experiência viciante, tal como outros sucessos no género. O conceito é simples, o jogador escolhe o seu viking, luta contra outros vikings, ganha ouro, melhora o seu exército e repete o processo. No entanto, por trás dessa simplicidade, esconde-se um jogo que desafia constantemente o jogador a optimizar a sua estratégia e a explorar as múltiplas camadas de mecânicas disponíveis. A primeira impressão que Raiders of Valhalla deixa é a de um jogo fácil de compreender e de jogar. O ciclo básico de jogabilidade é simples, escolher o viking, entrar em combate, ganhar ouro, comprar melhorias para o exército e voltar a entrar em combate. Este ciclo, que pode parecer repetitivo à primeira vista, revela-se incrivelmente satisfatório graças à maneira como o jogo distribui recompensas e apresenta desafios. O prazer de ver os nossos números a crescer, de encontrar a combinação perfeita de vikings e equipamentos e de derrotar hordas de inimigos é o que torna Raiders of Valhalla tão cativante.
Um dos aspectos mais interessantes de Raiders of Valhalla é a sua metaprogressão. Como em muitos jogos roguelite, perder um combate significa começar do zero. No entanto, a cada tentativa, o jogador desbloqueia novos equipamentos, classes e funcionalidades que tornam a próxima run diferente e, idealmente, mais fácil. Esta progressão contínua incentiva o jogador a continuar a jogar, na esperança de alcançar uma combinação de elementos que o leve mais longe do que na tentativa anterior. É este loop viciante que faz com que Raiders of Valhalla seja difícil de largar. O sistema de classes é outro elemento que adiciona uma camada de profundidade à jogabilidade. Cada classe tem características específicas que, quando combinadas, conferem bónus adicionais ao exército. Esta mecânica lembra-nos de jogos como Teamfight Tactics, onde a escolha das unidades e a sua sinergia são cruciais para o sucesso. Planear a composição do exército e experimentar diferentes combinações pode ser tão gratificante quanto o próprio combate. É aqui que Raiders of Valhalla mostra a sua verdadeira força, oferecendo ao jogador a possibilidade de personalizar a sua experiência e de adaptar a sua estratégia ao longo do tempo.
Apesar de estar ainda em acesso antecipado, Raiders of Valhalla já apresenta uma experiência bastante polida. Os gráficos em pixel art são agradáveis e eficazes, com cada peça de equipamento a evoluir visualmente à medida que sobes de nível. A equipa de arte fez um trabalho notável ao criar um estilo visual que reflete a progressão do jogador, com armaduras que começam enferrujadas e gastas, mas que rapidamente se transformam em peças brilhantes e bem cuidadas. No entanto, o jogo poderia beneficiar de animações de combate mais claras, que permitissem ao jogador compreender melhor as ações no campo de batalha. Este é um detalhe que pode fazer toda a diferença na capacidade do jogador para desenvolver estratégias eficazes, especialmente em combates mais intensos. Outra característica que merece destaque é a forma como Raiders of Valhalla gere o tempo do jogador. Cada sessão de jogo pode ser extremamente curta, com decisões rápidas seguidas de combates igualmente rápidos. Esta cadência torna o jogo perfeito para sessões de jogo rápidas, mas também cria uma tentação constante de jogar apenas mais uma run. É fácil perder a noção do tempo enquanto se tenta melhorar o exército e chegar mais longe do que antes. Esta eficiência no uso do tempo do jogador é uma das razões pelas quais “Raiders of Valhalla” é tão viciante.
No entanto, Raiders of Valhalla ainda tem espaço para crescer. Como qualquer jogo em acesso antecipado, há sempre áreas que podem ser refinadas e funcionalidades que podem ser adicionadas. Uma área onde o jogo poderia melhorar é na variedade de missões e inimigos. Embora as missões sejam geradas aleatoriamente, depois de algumas horas de jogo, começa-se a notar alguma repetição. A adição de mais tipos de missões, inimigos e até de eventos aleatórios poderia adicionar mais frescura ao jogo e manter os jogadores interessados a longo prazo. Outra possível melhoria seria a inclusão de mais opções de personalização para os vikings, tanto em termos de aparência quanto de habilidades. Isso permitiria aos jogadores criarem exércitos ainda mais únicos e adaptados ao seu estilo de jogo. É importante mencionar que Raiders of Valhalla é um jogo que, apesar de estar ainda em desenvolvimento, já oferece uma experiência robusta e recompensadora.
Raiders of Valhalla é um jogo que pode parecer simples à primeira vista, mas que rapidamente revela uma profundidade e complexidade que o tornam viciante. A combinação de mecânicas roguelite, elementos de autochess e um sistema de progressão bem desenvolvido faz com que cada run seja uma nova oportunidade de explorar e experimentar. Apesar de ainda estar em acesso antecipado, o jogo já apresenta um nível de polimento que o coloca acima de muitos outros títulos no mesmo estado de desenvolvimento.