Antevisão: Relic Odyssey : Ruins Of Xantao

Relic Odyssey: Ruins of Xantao é um jogo que promete bastante, mas, infelizmente, falha em muitos aspetos que são cruciais para uma experiência de jogo agradável e envolvente. À primeira vista, parece ser um título que mistura elementos de FPS e RPG, situado num planeta misterioso, repleto de perigos e segredos à espera de serem descobertos. No entanto, a execução deixa muito a desejar, o que faz com que a experiência geral seja decepcionante. Neste momento o jogo encontra-se ainda em Acesso Antecipado e há tempo para melhorar muitos dos seus problemas. A história do jogo começa de forma intrigante, somos enviados ao planeta Valtar, juntamente com Sarah, para encontrar uma equipa de exploradores de relíquias que perdeu contacto com a Ordem Arqueológica de Orion.

A premissa é boa, mas rapidamente percebemos que a narrativa se perde pelo caminho. Após uma aterragem forçada, somos introduzidos a Sarah, cuja voz gerada por IA é tão desinspirada que é difícil não perder o interesse. A partir daí, a missão é ir até ao local de escavação e descobrir o que se passa. No entanto, o jogo não faz um bom trabalho em manter a história envolvente, deixando-nos confusos sobre os nossos objetivos e o que estamos realmente a fazer ali. O design de jogo também apresenta vários problemas. Embora inicialmente nos seja prometido um desafio tanto ao nível de combate como na exploração, a realidade é bem diferente. Os inimigos são repetitivos e os confrontos tornam-se rapidamente aborrecidos. Há uma tentativa de criar uma experiência de sobrevivência, com a recolha de recursos e a criação de armas e munições, mas a mecânica não é suficientemente envolvente para manter o interesse do jogador. O jogo introduz um pequeno robô chamado Clunky, que deveria ser um companheiro útil e adorável, mas até isso falha devido a bugs que o fazem desaparecer, embora ainda continue a falar connosco. Esta falha é um exemplo claro da falta de polimento que permeia todo o jogo.

A jogabilidade é um dos pontos mais problemáticos de Relic Odyssey : Ruins Of Xantao. Os controlos não são intuitivos e o suporte para controladores é, no mínimo, deficiente. Por exemplo, não é possível selecionar o ficheiro de gravação com o controlador, o que obriga o jogador a recorrer ao rato. Além disso, a movimentação da sonda de perfuração, um elemento central do jogo, é tão confusa que muitos jogadores provavelmente desistirão antes mesmo de conseguirem compreender como funciona. Outro ponto que prejudica bastante a experiência é o desempenho do jogo. Mesmo numa máquina apetrechada o jogo apresenta quedas de frame rate, engasgos e outros problemas gráficos. Na Steam Deck, que os próprios desenvolvedores mencionaram como um dos alvos de desempenho, a situação é ainda pior. A taxa de frames oscila drasticamente, o que torna o combate e a exploração uma tarefa frustrante.

Apesar de tudo, há pequenos aspetos positivos a serem destacados. A ideia de ter um companheiro robô é interessante, e o ambiente do jogo tem potencial para ser mais explorado, se a narrativa e a jogabilidade fossem melhoradas. No entanto, esses pontos não são suficientes para redimir a experiência geral. Relic Odyssey: Ruins of Xantao é um jogo que tenta misturar vários géneros e ideias, mas falha na maioria deles. A narrativa é confusa, a jogabilidade frustrante e o desempenho técnico deixa muito a desejar. Embora o jogo ainda esteja em acesso antecipado e haja promessas de melhorias, o estado atual do jogo faz com que seja difícil recomendá-lo. A menos que sejam feitas mudanças significativas, é pouco provável que este título consiga atingir o seu potencial. Por enquanto, é um jogo que merece ser evitado, a menos que sejam um fã muito dedicado de jogos em acesso antecipado e estejam dispostos a enfrentar inúmeros problemas em troca de uma experiência, no melhor dos casos, mediana.

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