Neon Rider Classic é um daqueles jogos que imediatamente despertam nostalgia para quem passou parte da sua adolescência em jogos Flash. Agora disponível na Steam, a versão Classic do jogo tenta capturar a essência dos títulos originais lançados há quase duas décadas, quando Neon Rider e Neon Rider World eram grandes sucessos nos navegadores de internet. Embora o conceito básico do jogo tenha permanecido o mesmo, a transição para PC traz algumas melhorias, mas também alguns problemas de adaptação para os jogadores atuais. A premissa de Neon Rider Classic é simples, guiar um carro de um ponto ao outro de uma pista cheia de obstáculos, utilizando as leis da física para acelerar, travar e corrigir a inclinação do veículo. O jogo depende de teclas básicas para controlar o movimento, mas também funciona bem com um comando, o que é sempre uma mais-valia. O terreno raramente é plano, com várias rampas, loopings e obstáculos que colocam à prova as habilidades do jogador. A física do jogo é precisa e exige um bom controlo do carro para evitar capotagens e manter a trajetória correta. Se o carro capotar ou bater mal, o jogador perde, mas o jogo oferece uma margem de erro com uma barra de vida que permite algumas tentativas de correção.
Um dos aspetos mais interessantes do jogo é o design visual neon. À medida que o jogador avança, a paisagem muda de cor, criando desafios únicos. O terreno padrão é azul, mas outras cores como vermelho, amarelo e verde surgem à medida que se progride. Para continuar a avançar, o jogador precisa de mudar a cor do carro para corresponder ao terreno. Se não o fizer, o carro atravessa a estrada como se esta não existisse. A mudança de cor é simples, bastando carregar num botão para o fazer, mas a rapidez com que as mudanças de cor acontecem nos níveis mais avançados pode ser um desafio, exigindo reflexos rápidos. Este é um dos pontos que torna Neon Rider Classic bastante viciante, com a alternância constante entre a mudança de cor e o controlo preciso do carro.
Apesar de ser um jogo com uma mecânica simples, a jogabilidade de Neon Rider Classic consegue ser desafiante. A física do carro é bastante sensível, o que faz com que seja fácil perder o controlo ao acelerar demasiado ou ao inclinar o carro de forma errada. O jogo recompensa o jogador pela precisão, mas há pouca margem para erros. Se o carro tocar no chão com o tejadilho ou com os para-choques, a contagem decrescente começa até perder o nível. A chave para o sucesso está em controlar bem as aterragens e transições entre diferentes superfícies. Os primeiros níveis são simples o suficiente para os jogadores se habituarem às mecânicas, mas rapidamente a dificuldade aumenta, com níveis mais complexos a exigir um domínio total da jogabilidade. No entanto, nem tudo é positivo. O jogo manteve alguns elementos da versão original que não envelheceram muito bem. As animações de texto e mensagens no HUD são desnecessariamente confusas e distraem o jogador sem motivo aparente. Além disso, o estilo gráfico minimalista, embora eficiente, não impressiona. Claro que o objetivo não é ser um jogo graficamente ambicioso, mas os efeitos visuais parecem antiquados, mesmo para um título com uma estética retro.
Outro ponto fraco do jogo é a música. O loop sonoro é demasiado repetitivo e intrusivo, ao ponto de ser melhor jogar com a música desligada. O estilo eletrónico faz sentido para sessões curtas de jogo, mas torna-se irritante em pouco tempo, principalmente quando o jogador se vê a repetir o mesmo nível várias vezes devido à dificuldade. Por outro lado, os efeitos sonoros são satisfatórios, com sons simples de aceleração do motor e colisões que combinam bem com a jogabilidade. Se a banda sonora fosse mais variada, Neon Rider Classic poderia oferecer uma experiência auditiva mais agradável.
Neon Rider Classic é um jogo que certamente agradará a quem jogou o original em Flash. A transição para a Steam oferece uma oportunidade para novos jogadores descobrirem o título, mas há alguns aspetos que podem não agradar a todos.
