Análise: Shoulders of Giants: Ultimate

Introdução
Shoulders of Giants: Ultimate é um jogo que mistura elementos de roguelike, roguelite e ação na terceira pessoa, colocando o jogador no papel de um sapo montado num robô. A missão é simples: purificar planetas da entropia. Apesar de ter elementos que podem agradar a fãs do género, o jogo falha em entregar uma experiência suficientemente cativante para se destacar entre outros títulos do mesmo estilo. Ainda que tenha potencial, especialmente no modo cooperativo, Shoulders of Giants: Ultimate parece ficar aquém das expectativas, tanto no que diz respeito à jogabilidade como à sua capacidade de manter o interesse a longo prazo.

Jogabilidade
No que toca à jogabilidade, Shoulders of Giants oferece uma mistura de combate corpo a corpo e à distância, sendo que o jogador controla um robô e um sapo ao mesmo tempo. O robô foca-se em ataques de curta distância, enquanto o sapo está encarregado dos disparos à distância. A progressão é gerida através de missões em planetas gerados processualmente, com cada planeta a apresentar diferentes desafios e inimigos. No entanto, o maior problema do jogo reside no seu sistema de habilidades aleatórias. Embora exista uma boa variedade de habilidades ofensivas, defensivas e de suporte, a aleatoriedade com que são distribuídas pode fazer com que algumas sessões sejam frustrantes, especialmente quando se joga sozinho.

Cada planeta tem várias camadas a percorrer, culminando numa batalha contra um mini-boss. Se o jogador conseguir completar o planeta, o nível de calor aumenta, desbloqueando novos desafios e, eventualmente, bosses mais fortes. No entanto, se falhares e morreres, o calor obtido é perdido, o que pode tornar o progresso mais lento. Enquanto a variedade de habilidades e armas oferece alguma diversão, o jogo acaba por se tornar repetitivo, não conseguindo manter a emoção durante longas sessões de jogo.

Mundo e história
A história de Shoulders of Giants é simples, colocando o jogador numa missão para restaurar o equilíbrio no universo ao purificar planetas tomados pela entropia. No entanto, o enredo serve apenas como um pano de fundo e não há uma narrativa forte ou momentos memoráveis que ajudem a criar uma ligação mais profunda com o jogo ou os seus personagens. A ideia de controlar um sapo a pilotar um robô pode parecer interessante e criativa, mas não é explorada de maneira que acrescente muito à experiência.

Os planetas, gerados processualmente, variam em termos de layout e aparência, mas eventualmente o jogador acaba por sentir que já viu tudo. Apesar da diversidade nas paletas de cores e nas estruturas dos níveis, o jogo não oferece um mundo rico e envolvente que convide à exploração. O design processual também contribui para uma sensação de monotonia, uma vez que a aleatoriedade acaba por prejudicar a coerência dos ambientes, tornando-os mais previsíveis e menos interessantes.

Grafismo
Visualmente, Shoulders of Giants é competente, mas não se destaca no que diz respeito à qualidade gráfica. O estilo de arte é colorido e vibrante, especialmente nos diferentes planetas, e o design das personagens, tanto do robô como do sapo, é carismático e funcional. Contudo, a geração processual dos planetas acaba por prejudicar a variedade visual a longo prazo, já que os mesmos elementos e estruturas começam a repetir-se após algumas horas de jogo.

Os efeitos visuais durante os combates são satisfatórios, com explosões e habilidades especiais que trazem alguma vida às batalhas. No entanto, o grafismo não é suficientemente detalhado ou impressionante para ser um ponto de venda do jogo. Comparado com outros títulos roguelike ou shooters na terceira pessoa, Shoulders of Giants está na média e não vai além disso, especialmente quando comparado com outros jogos recentes que executam melhor a estética sci-fi.

Som
A banda sonora de Shoulders of Giants é agradável e complementa bem a ação sem ser demasiado invasiva. As músicas ajudam a criar um ambiente imersivo durante as batalhas e a exploração dos planetas, mas não são memoráveis o suficiente para se destacarem fora do jogo. O som ambiente faz um trabalho razoável em dar vida aos planetas, com efeitos sonoros que acompanham bem os momentos de ação e as habilidades que o jogador utiliza.

Os efeitos de som das armas e habilidades são adequados, mas também não impressionam. Embora tudo funcione como esperado, não há momentos sonoros que causem um impacto profundo ou que deixem uma marca duradoura. A falta de vozes nas personagens também pode contribuir para a sensação de que o mundo de Shoulders of Giants carece de uma personalidade mais distinta.

Conclusão
Shoulders of Giants: Ultimate tenta juntar vários elementos populares dos géneros roguelike e shooters na terceira pessoa, mas acaba por falhar em criar uma experiência coesa e cativante. A variedade de habilidades e armas é um dos seus pontos fortes, mas o excesso de aleatoriedade prejudica o equilíbrio da jogabilidade, especialmente para jogadores que prefiram jogar a solo. O modo cooperativo melhora a experiência, mas mesmo nesse caso, o jogo não consegue manter o interesse por muito tempo.

O design visual e sonoro de Shoulders of Giants é competente, mas não extraordinário, e a história e os ambientes processualmente gerados acabam por ser pouco memoráveis. Para os fãs do género, o jogo pode oferecer momentos de diversão, mas falta-lhe algo essencial no seu loop de jogabilidade para se destacar no meio de outros roguelikes mais polidos e envolventes. No final, Shoulders of Giants não é um jogo mau, mas também não é particularmente bom. É uma experiência mediana que oferece diversão passageira, mas não o suficiente para se tornar uma referência no género.

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