Análise: Horizon Zero Dawn Remastered

Introdução
Horizon Zero Dawn Remastered surge como uma reinterpretação visual do aclamado título da Guerrilla Games, lançado originalmente para a PlayStation 4 em 2017. A decisão da Sony de relançar o jogo para a PlayStation 5 visa não só atrair novos jogadores, mas também proporcionar aos fãs mais fervorosos a oportunidade de revisitar a jornada de Aloy com melhorias técnicas e gráficas. No entanto, este remaster levanta questões sobre a necessidade de tal projeto, especialmente quando o jogo original ainda mantém a sua relevância, e Forbidden West já trouxe melhorias significativas à fórmula. Esta análise explora os méritos e as falhas desta nova versão, avaliando o que realmente mudou e o que ficou por fazer. Podem ler a nossa análise ao jogo original aqui e ficar descansados que apesar de esta nova versão ser superior, não perde ou ganha em praticamente nada ao jogo original.

Jogabilidade
A jogabilidade de Horizon Zero Dawn Remastered permanece praticamente inalterada em relação ao original. A base sólida que combina exploração em mundo aberto, combate estratégico e mecânicas de crafting ainda é apelativa. Os confrontos com máquinas robóticas oferecem momentos intensos e desafiantes, obrigando o jogador a pensar de forma estratégica e a adaptar-se constantemente. Aloy dispõe de uma vasta gama de armas e equipamentos que permitem personalizar o estilo de jogo, tornando cada batalha única. Contudo, a ausência de melhorias significativas na qualidade de vida, como as implementadas em Forbidden West, torna-se evidente. Elementos como a interface de utilizador desorganizada e as limitações no sistema de escalada continuam a frustrar, destacando o envelhecimento da fórmula. Apesar disso, a essência divertida e envolvente da jogabilidade mantém-se intacta.

Mundo e história
O mundo de Horizon Zero Dawn continua a ser um dos maiores atrativos do jogo. A combinação de um cenário pós-apocalíptico dominado pela natureza e pelas máquinas com uma narrativa rica em mistério e descoberta é cativante. A história de Aloy, enquanto Seeker destinada a desvendar os segredos do passado e salvar o futuro, mantém o seu apelo inicial. No entanto, o enredo sofre de previsibilidade, com a jornada da protagonista a seguir os mesmos passos de outras narrativas heroicas sem introduzir grandes surpresas. Apesar disso, o universo do jogo é riquíssimo, repleto de tribos, histórias e segredos que complementam a experiência. Os personagens secundários não conseguem equilibrar as falhas narrativas, deixando Aloy muitas vezes como uma figura isolada num mundo vibrante, mas com pouca profundidade emocional.

Grafismo
É no grafismo que Horizon Zero Dawn Remastered se destaca mais significativamente. As melhorias visuais são evidentes, desde a vegetação densa e realista até à água com reflexos dinâmicos. Os modelos das personagens receberam atualizações detalhadas, com Aloy, em particular, a beneficiar de um aspeto mais refinado e expressivo. A captura de movimento adicional trouxe maior naturalidade às interações entre personagens, reduzindo a sensação de rigidez das animações originais. Apesar destas melhorias, as limitações do design de 2017 tornam-se mais evidentes ao serem colocadas lado a lado com os avanços técnicos. As cidades e vilas parecem estáticas, e as máquinas, embora visualmente impressionantes, não reagem de forma tão dinâmica como em Forbidden West. Este contraste sublinha o quanto o jogo envelheceu, mesmo com um visual renovado.

Som
A banda sonora e os efeitos sonoros continuam a ser um ponto forte de Horizon Zero Dawn. A música ambiental complementa perfeitamente o cenário, alternando entre momentos de serenidade enquanto exploramos o mundo e faixas tensas durante os combates. O trabalho de voz, especialmente o de Aloy, mantém-se competente, com novas horas de captura de movimento a melhorar algumas cenas de diálogo. No entanto, a entrega emocional das personagens nem sempre corresponde à profundidade do cenário ou dos eventos narrativos, o que pode criar uma desconexão para o jogador. Os sons das máquinas, por outro lado, continuam a ser memoráveis, contribuindo para a atmosfera e tensão de cada encontro. Embora o áudio não apresente melhorias significativas face ao original, ele mantém um nível elevado que sustenta a qualidade geral do jogo.

Conclusão
Horizon Zero Dawn Remastered é uma experiência visualmente deslumbrante que traz um dos melhores jogos da PlayStation 4 para a nova geração. No entanto, é difícil ignorar a sensação de que este remaster não precisava de existir. As melhorias gráficas são impressionantes, mas a falta de atualizações substanciais na jogabilidade e nos sistemas de qualidade de vida fazem com que o jogo se sinta datado. Para novos jogadores ou fãs dedicados que procuram revisitar a jornada de Aloy, esta é, sem dúvida, a melhor forma de o fazer. No entanto, para quem esperava um salto evolutivo que colocasse Zero Dawn ao nível de Forbidden West, o remaster poderá deixar algo a desejar. Apesar disso, a aventura continua divertida e o mundo de Horizon mantém-se uma das criações mais memoráveis da Guerrilla Games.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ComboCaster