Análise: Marko: Beyond Brave

Introdução

Marko: Beyond Brave é o mais recente título indie desenvolvido pelo estúdio Studio Mechka, apresentando-se como uma aventura do tipo Metroidvania. O jogo destaca-se de imediato pelos seus visuais desenhados à mão e uma animação suave, que impressiona logo nas primeiras horas. No entanto, à medida que se avança, é fácil perceber que Marko: Beyond Brave não traz muitas novidades ao género, caindo em armadilhas que já vimos antes em outros jogos semelhantes. O enredo segue Marko, o último sobrevivente de três irmãos corajosos que enfrentaram uma besta mutante para proteger a sua aldeia. Agora, cabe a ele salvar o mundo da Entropia, uma força corruptora que ameaça destruir tudo à sua volta.

Jogabilidade

Apesar do seu potencial, a jogabilidade de Marko: Beyond Brave acaba por ser uma mistura entre momentos satisfatórios e alguns desafios frustrantes. O sistema de combate é básico, com a habitual combinação de espadas e ataques à distância, mas não consegue oferecer a profundidade necessária para manter o jogador verdadeiramente envolvido. À medida que progrides no jogo, desbloqueias novas habilidades e combos, mas estes não trazem nada de inovador. O maior problema surge nas hitboxes, que parecem inconsistentes, especialmente durante as batalhas contra bosses. Há momentos em que um ataque inimigo te atinge a uma distância que deveria ser segura, e outros em que os teus golpes não conseguem alcançar o inimigo, apesar de estarem perto.

A plataforma também é um ponto fraco. Embora as animações fluídas do jogo sejam agradáveis aos olhos, o movimento de Marko sente-se rígido e impreciso. Saltar de uma plataforma para outra pode ser um desafio desnecessário, não por dificuldade intencional, mas devido à falta de precisão nos controlos. Em várias ocasiões, falhei saltos simples porque Marko não conseguia agarrar-se à borda, algo que já tinha feito antes no mesmo local. Além disso, o jogo nem sempre indica claramente para onde deves ir ou onde deves saltar, o que resulta em muitas tentativas falhadas e mortes frustrantes.

Mundo e história

O enredo de Marko: Beyond Brave é relativamente simples e direto. Controlas Marko numa missão para impedir a Entropia de consumir o mundo, enfrentando vários monstros e desafios ao longo do caminho. Existem alguns elementos de lore espalhados pelo mundo na forma de pedras especiais, mas a história em si acaba por ser esquecível. Não há grandes reviravoltas ou momentos memoráveis que te mantenham intrigado sobre o que virá a seguir. O jogo oferece algumas secções de puzzle e exploração, mas a falta de fluidez no design dos níveis pode tornar a progressão confusa e frustrante. O mapa é pequeno e, muitas vezes, não é claro para onde deves ir, o que resulta em várias situações de te sentires perdido.

Grafismo

Sem dúvida, o aspeto mais impressionante de Marko: Beyond Brave é o seu estilo visual. O jogo apresenta gráficos desenhados à mão, com uma estética encantadora que chama a atenção desde o primeiro momento. Cada cenário e personagem parece ter sido trabalhado com cuidado, e as animações suaves dão uma sensação de fluidez que contrasta com a rigidez dos controlos. O mundo do jogo é variado, com florestas, cavernas e vilas que, visualmente, ajudam a criar uma atmosfera envolvente. No entanto, apesar do grafismo de qualidade, a falta de inovação noutros aspetos do jogo faz com que a experiência geral não se destaque tanto quanto poderia.

Som

O design sonoro de Marko: Beyond Brave é competente, mas não memorável. As músicas de fundo cumprem o seu papel de criar uma certa atmosfera, mas não ficam na memória nem se destacam como um elemento-chave da experiência. Os efeitos sonoros são funcionais, com os sons dos ataques, saltos e movimentos a serem adequados ao que acontece no ecrã. O grande problema é que, tal como a história e a jogabilidade, o som acaba por ser apenas mais um elemento que não inova ou impressiona. Não há momentos em que a música ou os efeitos sonoros realmente contribuam para intensificar a experiência de jogo.

Conclusão

Marko: Beyond Brave é um jogo visualmente impressionante, mas que falha em proporcionar uma experiência sólida em outras áreas. A jogabilidade sofre com controlos imprecisos e uma progressão de níveis confusa, enquanto o sistema de combate e as plataformas deixam muito a desejar. A história é simples e esquecível, e o design sonoro, embora competente, não consegue elevar a experiência. Para quem procura um novo Metroidvania, este título pode ocupar algumas horas de forma inofensiva, mas não há muito aqui que o faça destacar-se da multidão. Com tantas outras opções no género, é difícil recomendar Marko: Beyond Brave como uma escolha prioritária.

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