Análise: Supermoves

Introdução
Supermoves é um jogo desenvolvido pela Makea Games, uma produtora finlandesa que trouxe para o mercado uma experiência centrada no parkour, que se destaca pela sua jogabilidade rápida e cheia de adrenalina. Desde os primeiros instantes, o jogo mostra-se inspirado em títulos como Mirror’s Edge, mas sem os elementos de combate, focando-se apenas na movimentação fluida e nas acrobacias. Lançado no Steam a um preço acessível, Supermoves promete muita diversão, tanto para quem gosta de jogar a solo como para quem prefere desafiar outros jogadores no modo multijogador online. No entanto, como veremos, há alguns aspetos que podem ser melhorados para tornar a experiência ainda mais completa.

Supermoves diferencia-se de outros jogos de parkour pela sua acessibilidade e foco na criatividade. O jogo oferece não só uma campanha single-player e desafios multijogador, como também um editor de níveis robusto, permitindo que os jogadores criem os seus próprios percursos de parkour. A jogabilidade rápida e os modos variados fazem com que este título tenha um grande potencial para cativar uma comunidade fiel de fãs. Apesar de alguns problemas técnicos e da falta de jogadores online, o título brilha pela sua capacidade de proporcionar momentos divertidos e desafiantes, mantendo o jogador sempre em movimento e à procura da próxima manobra espetacular.

Jogabilidade
A jogabilidade de Supermoves é o seu principal trunfo. O jogo foca-se quase inteiramente na fluidez dos movimentos, algo essencial para qualquer jogo de parkour. A forma como a personagem se desloca pelo ambiente é incrivelmente satisfatória, com a possibilidade de correr pelas paredes, deslizar por superfícies inclinadas e saltar de um ponto alto para outro, num estilo muito reminiscente de Mirror’s Edge. Há, no entanto, uma diferença significativa: enquanto em Mirror’s Edge há um foco na narrativa e no combate, Supermoves deixa esses elementos de lado e concentra-se apenas na movimentação e nos desafios físicos.

Os controlos são simples e fáceis de aprender. Depois de um tutorial bem estruturado, os jogadores rapidamente se familiarizam com as mecânicas de deslizar, saltar e correr pelas paredes. Além disso, o jogo oferece uma lista de movimentos especiais, os chamados Supermoves, que permitem ao jogador realizar manobras acrobáticas mais avançadas, como saltos mortais e corridas em corda bamba, que podem ser usados para ganhar vantagem nos percursos ou para atingir metas mais rapidamente. Cada um desses movimentos especiais tem uma vantagem, como a possibilidade de saltar mais alto ou manter o equilíbrio por mais tempo, o que adiciona uma camada de estratégia à jogabilidade.

O jogo pode ser jogado tanto em primeira pessoa como em terceira pessoa, mas a experiência em primeira pessoa é, sem dúvida, mais imersiva. Em terceira pessoa, as animações da personagem podem parecer um pouco rígidas, o que retira alguma fluidez da experiência. No entanto, esta opção está disponível para quem preferir uma visão mais ampla do ambiente e dos percursos.

Mundo e história
Embora Supermoves não seja um jogo com uma narrativa elaborada, ele oferece uma campanha single-player estruturada em diferentes localizações e desafios. Cada nível no modo carreira tem objetivos específicos a serem cumpridos, como realizar determinadas manobras ou completar o percurso num certo tempo, o que desbloqueia novas áreas e cidades. Há também colecionáveis, como letras que formam a palavra “super” e cassetes escondidas, que adicionam um elemento de exploração e recompensa à progressão.

As localizações no jogo são variadas e, embora comecem em cenários mais simples, como uma escola ou um parque de diversões na Florida, rapidamente evoluem para ambientes mais desafiantes e complexos. Em pouco tempo, o jogador encontra-se a atravessar arranha-céus numa cidade inundada, a correr sobre cordas num concerto ao ar livre ou a competir em grandes estádios cheios de obstáculos. Esta diversidade de cenários mantém o jogo interessante e desafiante, pois o jogador tem que adaptar as suas estratégias e movimentos a cada novo ambiente.

Embora a ausência de uma história tradicional possa ser vista como uma falha para alguns, Supermoves compensa isso com a sua capacidade de manter o jogador sempre focado nos desafios físicos e na busca pelo melhor desempenho. A estrutura de objetivos, colecionáveis e desafios diários e semanais adiciona uma camada de longevidade ao jogo, mantendo o jogador empenhado em melhorar as suas habilidades e ganhar novos cosméticos e troféus.

Grafismo
Supermoves apresenta um grafismo colorido e estilizado, que encaixa perfeitamente na sua temática de parkour e velocidade. Os ambientes são variados e bem detalhados, com texturas realistas para diferentes materiais, como metal, madeira, tijolo e almofadas. Embora o ritmo rápido do jogo nem sempre permita ao jogador parar para apreciar os cenários, a fluidez dos movimentos e a suavidade da taxa de fotogramas fazem com que a experiência visual seja agradável.

As condições atmosféricas e a iluminação são bem executadas, ajudando a criar uma sensação de imersão nos diferentes percursos. No entanto, o design das personagens deixa um pouco a desejar. As opções de personalização no “Locker”, onde os jogadores podem equipar cosméticos desbloqueáveis, são bastante limitadas. Embora os jogadores possam personalizar a sua personagem com diferentes itens, a simplicidade das opções e a falta de profundidade no design das personagens não incentivam muito à exploração desta funcionalidade. Ainda assim, o foco do jogo está na jogabilidade e não nos detalhes gráficos, e nesse aspeto, Supermoves cumpre o que promete.

Som
A banda sonora de Supermoves, composta por Olli Heino, combina elementos de rock e sintetizador para criar uma atmosfera energética e motivadora. Embora não tenha a irreverência punk das bandas sonoras de jogos como Tony Hawk’s Pro Skater, a música de Supermoves mantém o jogador focado e entusiasmado durante as corridas e desafios. A adrenalina que o jogo desperta é intensificada pela música, que se ajusta bem à ação rápida e constante do parkour.

Os efeitos sonoros também são bem integrados, com sons de saltos, deslizamentos e colisões que ajudam a reforçar a sensação de velocidade e impacto. À medida que o jogador corre pelas paredes, salta de edifícios ou atravessa obstáculos, os sons das superfícies e do ambiente ajudam a criar uma experiência auditiva imersiva. No entanto, tal como acontece com os gráficos, o som não é o ponto mais forte de Supermoves, servindo principalmente como suporte para a jogabilidade frenética.

Conclusão
Supermoves é um jogo que brilha pela sua jogabilidade ágil e criativa, oferecendo uma experiência de parkour que é tanto desafiadora como recompensadora. Embora existam algumas limitações no design das personagens e nos modos multijogador, que atualmente sofrem com a falta de jogadores online, o jogo consegue proporcionar diversão através dos seus percursos variados e do seu modo de criação de níveis. A campanha single-player oferece uma boa quantidade de conteúdo, e o sistema de desafios diários e semanais mantém o jogador motivado a continuar a jogar.

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