Shadows Are Alive é um survival horror que promete misturar suspense, cooperação e uma experiência em constante evolução. Neste jogo, os jogadores assumem o papel de heróis com habilidades únicas, enquanto exploram mapas assombrados e enfrentam a ameaça de uma entidade misteriosa chamada The Shift. Apesar de apresentar ideias ambiciosas, o jogo ainda está numa fase inicial de desenvolvimento, o que se reflete em diversos problemas técnicos e mecânicos que prejudicam a experiência. Vamos explorar o que este título oferece e identificar os pontos fortes e fracos da sua execução.
Jogabilidade
O conceito central de Shadows Are Alive é a combinação de exploração e sobrevivência em ambientes hostis, utilizando as habilidades únicas dos alter egos dos jogadores. Cada personagem tem capacidades específicas, como abrir fechaduras, manipular objetos ou enfrentar obstáculos, que deveriam ser essenciais para resolver os desafios apresentados. No entanto, a execução deixa a desejar, com muitas habilidades que não funcionam como deveriam e objetivos que carecem de explicação clara, tanto no tutorial como durante o jogo. Além disso, o sistema de movimento, tanto dos heróis como da entidade The Shift, apresenta uma sensação pouco responsiva e algo enjoativa, o que compromete o ritmo e a diversão. A ausência de uma IA para controlar o monstro também limita as opções multijogador, obrigando sempre um jogador a desempenhar o papel de perseguidor.
Mundo e história
O mundo de Shadows Are Alive é envolto em mistério, oferecendo cenários que vão desde uma mansão assombrada até um parque de diversões macabro. A ideia de explorar locais gerados aleatoriamente adiciona um elemento de imprevisibilidade a cada partida, mas a execução técnica falha frequentemente, com mapas que carregam incorretamente ou apresentam glitches visuais, como múltiplas portas a surgir no mesmo local. Por detrás de cada alter ego dos heróis e da entidade The Shift existe um passado intrigante que, em teoria, deveria aprofundar a narrativa. Contudo, o jogo não fornece meios eficazes de explorar estas histórias, deixando grande parte do potencial narrativo por realizar.
Grafismo
Visualmente, Shadows Are Alive tenta combinar uma estética vibrante com o ambiente sombrio de um survival horror. A ideia de misturar um estilo de animação colorido com o terror é interessante, mas o resultado final carece de polimento. Modelos de personagens apresentam glitches frequentes, como colapsos durante interações ou movimentos pouco naturais. Os ambientes têm potencial, mas são prejudicados por erros técnicos e falta de consistência no design. A ambição visual é evidente, mas a execução está longe de atingir um nível que cative os jogadores ou transmita o clima de tensão necessário para o género.
Som
O som em Shadows Are Alive é funcional, mas pouco memorável. Em jogos de survival horror, o áudio desempenha um papel crucial na criação de atmosfera e suspense, mas aqui parece faltar a atenção ao detalhe. Não existem momentos de grande impacto sonoro que realcem a presença ameaçadora de The Shift ou intensifiquem as situações de perigo. Os efeitos sonoros e a banda sonora cumprem o seu propósito básico, mas não são suficientemente fortes para sustentar a experiência emocional que se espera de um jogo deste género.
Conclusão
Shadows Are Alive apresenta um conceito interessante, combinando survival horror com elementos de cooperação e habilidades únicas dos personagens. Contudo, a execução técnica e o design geral deixam muito a desejar, com falhas mecânicas, bugs frequentes e uma falta geral de clareza nos objetivos do jogo. Apesar de ser um projeto desenvolvido por uma equipa pequena, o que é admirável, o estado atual do jogo não justifica o preço pedido e afasta-se do nível de qualidade esperado para uma experiência coesa e envolvente. Com mais trabalho, especialmente na correção de bugs, melhoria das mecânicas e introdução de uma IA para o monstro, Shadows Are Alive poderia alcançar o seu potencial. Até lá, fica como uma proposta com boas ideias, mas uma execução que precisa de melhorias significativas.