Análise: Astor: Blade of the Monolith

Introdução

Astor: Blade of the Monolith é um action-RPG que segue as aventuras de Astor, um personagem que tenta salvar o seu mundo da destruição iminente. O jogo é ambientado num universo à beira do colapso e combina elementos de exploração, combate e resolução de puzzles. Desde o início, é fácil perceber as influências de títulos como Biomutant e Legend of Zelda, com Astor a embarcar numa missão épica após encontrar a lendária Blade of the Monolith. No entanto, apesar das suas ambições, o jogo acaba por não conseguir cumprir plenamente o seu potencial, oferecendo uma experiência que mistura momentos promissores com várias falhas. O conceito do jogo é intrigante, e a narrativa, embora apresentada de forma simples e sem diálogos falados, tem um certo charme. Os personagens comunicam através de um dialeto estranho, traduzido por legendas, o que adiciona uma camada de curiosidade ao mundo do jogo. Ainda assim, essa abordagem minimalista, juntamente com problemas na jogabilidade e design, faz com que a experiência de Astor: Blade of the Monolith nem sempre seja envolvente como deveria.

Jogabilidade

A jogabilidade de Astor: Blade of the Monolith é uma mistura de exploração em mundo semiaberto e combate contra grupos de inimigos. A estrutura lembra jogos como Legend of Zelda, onde o jogador percorre vastos cenários, resolve puzzles simples e enfrenta adversários em combates frenéticos. No entanto, o combate em Astor: Blade of the Monolith é uma área onde o jogo falha em entregar uma experiência totalmente satisfatória. Apesar da variedade de armas disponíveis, que vão desde a poderosa Runic Blade até um martelo devastador e manoplas rápidas, a sensação de impacto nas lutas é fraca e o combate parece, muitas vezes, pesado e lento. Embora existam alguns momentos de destaque, como a capacidade de Astor invocar construtos e lacaios para o ajudar em batalha, os controlos muitas vezes parecem desajeitados. Isto é especialmente notório nos combates contra bosses, onde o movimento de Astor, aliado a uma câmara problemática, transforma confrontos em exercícios de frustração. A diversidade de inimigos também é limitada, o que contribui para que o combate se torne repetitivo ao longo do tempo. Embora haja um esforço claro para criar um sistema de combate variado, o jogo não consegue manter o ritmo nem a fluidez necessária para tornar cada confronto emocionante.

Mundo e história

O mundo de Astor: Blade of the Monolith tem momentos de beleza e criatividade, mas também sofre de falta de profundidade e conteúdo. Embora o jogador seja encorajado a explorar cada nova área, a recompensa por fazê-lo raramente vale o esforço. A maioria das vezes, o jogador é recompensado com moeda, o que diminui o entusiasmo por explorar a fundo cada canto do mapa. Isto, combinado com a sensação de vazio em algumas zonas, faz com que a exploração se torne monótona. A narrativa principal envolve Astor a tentar descobrir o destino dos seus criadores e salvar o mundo da destruição, mas a história nunca chega a ser verdadeiramente envolvente. O mundo não parece totalmente desenvolvido, e é difícil formar uma ligação emocional com os personagens. Embora a ausência de diálogos falados seja uma escolha artística interessante, isso acaba por distanciar o jogador da história. Faltam momentos narrativos mais profundos ou decisões que façam com que o jogador se sinta realmente investido na missão de Astor.

Grafismo

Se há uma área onde Astor: Blade of the Monolith brilha, é no seu grafismo. O jogo apresenta um mundo vibrante, com ambientes ricos em cores e detalhes. Cada área que o jogador visita tem a sua própria identidade visual, desde os desertos ondulantes até florestas escuras iluminadas por plantas luminosas. Embora as diferenças entre estas áreas sejam maioritariamente estéticas, a variedade visual consegue manter o jogador curioso sobre o que vem a seguir. A arte do jogo é definitivamente um dos seus pontos fortes, e há uma sensação de cuidado na criação dos cenários. À medida que o jogador desbloqueia novas habilidades, como o duplo salto, pode explorar ainda mais as áreas do jogo, descobrindo novos locais e ataques especiais. No entanto, mesmo com a beleza visual, o jogo não escapa a alguns problemas técnicos. A câmara é um dos maiores culpados, frequentemente causando dificuldades em combate e na exploração de áreas mais apertadas. Ainda assim, o mundo de Astor: Blade of the Monolith é, sem dúvida, um lugar interessante de se explorar, pelo menos visualmente.

Som

No que diz respeito ao som, Astor: Blade of the Monolith tem uma abordagem bastante minimalista. A escolha de não incluir diálogos falados é arriscada, e embora adicione um toque de originalidade, também cria uma certa distância emocional entre o jogador e os personagens. O narrador que acompanha a aventura de Astor faz um bom trabalho em guiar o jogador, mas muitas vezes limita-se a dizer o óbvio, descrevendo o que está a acontecer na tela, sem adicionar grande profundidade à experiência. A banda sonora do jogo é agradável, mas não particularmente memorável. Há momentos em que a música se destaca, especialmente nas batalhas mais intensas ou nas fases de exploração de novas áreas. No entanto, no geral, o design de som falha em criar uma atmosfera envolvente que combine com os ambientes ricos em detalhes visuais. O som dos combates também é um pouco dececionante, com os golpes a não transmitirem o impacto desejado, o que contribui para a sensação geral de que o combate poderia ser muito mais satisfatório.

Conclusão

Astor: Blade of the Monolith é um jogo que apresenta uma premissa interessante, mas que infelizmente não consegue capitalizar totalmente nas suas ideias. O mundo colorido e vibrante é visualmente apelativo, mas a jogabilidade falha em oferecer uma experiência verdadeiramente cativante. O combate, embora varie com diferentes armas e habilidades, sente-se pesado e por vezes frustrante, especialmente em lutas contra bosses onde a câmara e os controlos atrapalham mais do que ajudam.

A exploração do mundo de Astor também poderia ser mais recompensadora, já que muitas vezes o jogador se vê a repetir as mesmas ações sem grandes incentivos. A história, embora tenha potencial, carece de profundidade e falha em criar uma ligação emocional forte com o jogador. No entanto, apesar das suas falhas, há momentos em que Astor: Blade of the Monolith consegue divertir, principalmente nas fases mais avançadas, quando o jogador desbloqueia mais habilidades e se sente mais confortável com os sistemas do jogo. Astor: Blade of the Monolith não é um jogo mau, mas também não faz o suficiente para se destacar num género repleto de opções superiores. Para quem procura uma aventura ligeira com bons visuais, pode valer a pena experimentar, mas não é um título que vá marcar de forma duradoura os fãs de action-RPGs.

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