Análise: Fairy Tail: Beach Volleyball Havo

Introdução

Fairy Tail: Beach Volleyball Havoc é um novo jogo arcade multijogador, desenvolvido pelo estúdio indie Tiny Cactus e publicado pela Kodansha. Baseado no popular universo de Fairy Tail, este jogo coloca as personagens da guilda mágica a jogar voleibol de praia. À primeira vista, parece ser mais uma tentativa de explorar a popularidade da série através de um conceito simples e divertido, mas à medida que se aprofunda a experiência, fica claro que o jogo acaba por ficar aquém do esperado em várias áreas importantes. Com uma premissa que mistura desporto e os famosos poderes mágicos das personagens da série, poderia ter sido uma entrada interessante no catálogo de jogos arcade, mas falha em vários aspetos fundamentais para manter o jogador interessado.

Jogabilidade

Fairy Tail: Beach Volleyball Havoc é, acima de tudo, um jogo de voleibol arcade sem grandes complicações. Não há um modo história ou uma narrativa elaborada. O foco está unicamente no desporto em si, e o jogador pode escolher entre partidas a solo ou multijogador. O jogo simplifica os controlos ao máximo, com apenas dois botões principais para realizar ações como passar ou devolver a bola. No entanto, esta abordagem minimalista acaba por ser o maior obstáculo ao entretenimento que o jogo deveria proporcionar. O ritmo das personagens é lento, o que retira qualquer sensação de agilidade ou dinâmica que um jogo de voleibol, especialmente com o toque arcade, deveria ter. Além disso, a bola também se move devagar e o jogo ajuda demasiado o jogador, marcando constantemente a sua localização no campo. Isto retira muito da habilidade necessária para antecipar e reagir aos movimentos do adversário, criando uma experiência que parece quase automática. O maior atrativo do jogo, e o que poderia diferenciá-lo de outros jogos de voleibol arcade, é o uso de poderes mágicos pelas personagens. Estas habilidades especiais são acionadas à medida que os poderes se recarregam durante o jogo, e podem mudar completamente o curso de uma partida. Desde bolas que voam de forma errática a espadas ou gelo que aparecem no campo, os efeitos visuais e os elementos caóticos que surgem tornam as partidas visualmente interessantes, mas infelizmente não compensam a falta de profundidade na jogabilidade.

Mundo e história

Embora Fairy Tail seja conhecido pelo seu rico mundo de magia e personagens cativantes, este jogo não tenta explorar essa vertente da série. Não há modo história nem qualquer desenvolvimento de personagens. O conceito é simples: a guilda Fairy Tail está a passar tempo na praia e decide jogar voleibol. Para alguns, esta simplicidade pode ser suficiente, mas para quem espera um jogo que aproveite o mundo vibrante da série, Fairy Tail: Beach Volleyball Havoc pode ser uma desilusão. O que poderia ter sido uma oportunidade para integrar elementos da história da série, como rivalidades entre personagens ou até pequenos arcos narrativos, é deixado de lado em favor de uma abordagem puramente mecânica.

No entanto, os fãs da série poderão reconhecer muitas das suas personagens favoritas, todas jogáveis e com as suas habilidades mágicas características. Estas são desbloqueáveis à medida que o jogador avança, o que adiciona algum incentivo para continuar a jogar. Contudo, para quem não conhece bem o universo de Fairy Tail, esta falta de contexto e narrativa pode tornar o jogo bastante vazio.

Grafismo

No que toca ao aspeto visual, Fairy Tail: Beach Volleyball Havoc faz um bom trabalho em trazer a animação vibrante da série para o ecrã. Os visuais são coloridos, chamativos e bastante agradáveis à vista, especialmente nas animações dos poderes mágicos que cada personagem utiliza durante as partidas. A ação no ecrã pode tornar-se um verdadeiro espetáculo, com explosões de cores e efeitos visuais a dominar o campo de jogo. O problema, no entanto, é que estes efeitos visuais podem tornar-se confusos em alguns momentos. À medida que o jogo avança e mais poderes são ativados, a quantidade de coisas a acontecer no ecrã pode dificultar a perceção do que realmente está a ocorrer na partida, como onde está a bola ou o que está a fazer o adversário. Ainda assim, no que diz respeito a capturar a essência visual de Fairy Tail, o jogo cumpre. As personagens são bem representadas e os cenários, embora simples, são adequados ao tipo de jogo. No entanto, é impossível não notar que a maioria dos recursos visuais parece ter sido direcionada para os efeitos dos poderes mágicos, deixando o restante conteúdo visual mais básico e sem grande inspiração.

Som

O som em Fairy Tail: Beach Volleyball Havoc é competente, mas não memorável. As faixas musicais que acompanham as partidas são energéticas e adequadas ao ritmo arcade do jogo, mas não são particularmente marcantes. Elas cumprem o seu papel de manter a energia alta durante as partidas, mas dificilmente ficarão na cabeça do jogador depois de desligar o jogo. Os efeitos sonoros, por outro lado, são um pouco mais notáveis. Os sons associados aos poderes mágicos são bem executados e ajudam a dar impacto visual às habilidades especiais que as personagens utilizam. No entanto, em termos gerais, o design de som segue a mesma linha do grafismo: competente, mas sem grande brilho. Nada no áudio do jogo se destaca a ponto de elevar a experiência como um todo.

Conclusão

Fairy Tail: Beach Volleyball Havoc é um jogo que tenta capturar o espírito arcade e combinar o mundo mágico de Fairy Tail com o desporto, mas que acaba por falhar em várias áreas cruciais. A jogabilidade simples e os controlos minimalistas poderiam ter funcionado se tivessem sido equilibrados com um maior sentido de controlo e ritmo. Em vez disso, o jogo parece demasiadamente assistido, retirando grande parte do desafio e da satisfação de dominar as suas mecânicas. Os poderes mágicos, embora visualmente apelativos, não conseguem compensar a falta de profundidade nas ações básicas do voleibol.

Para os fãs da série que procuram ver as suas personagens favoritas em ação, o jogo pode oferecer algum entretenimento, especialmente nas primeiras partidas. No entanto, para quem espera um jogo arcade competitivo e dinâmico, Fairy Tail: Beach Volleyball Havoc deixa muito a desejar. A falta de um modo história e de uma jogabilidade mais envolvente torna a experiência curta e desinspirada.

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