Introdução
Nikoderiko: The Magical World é o primeiro jogo da VEA Games, uma jovem produtora sediada no Chipre, que se apresenta como uma carta de amor aos clássicos do género de plataformas. Inspirado por títulos icónicos como Donkey Kong Country e Crash Bandicoot, este jogo tenta preencher um vazio deixado pela ausência de novas aventuras do famoso gorila da Nintendo. Apesar de não trazer grandes inovações, Nikoderiko aposta na nostalgia e na qualidade da sua execução para conquistar os fãs do género.
Jogabilidade
A jogabilidade de Nikoderiko combina o melhor de dois mundos. Por um lado, oferece níveis de deslocamento lateral em 2D, reminescentes de Donkey Kong Country, e por outro, inclui segmentos 3D inspirados na jogabilidade clássica de Crash Bandicoot. O jogo conta com sete mundos, cada um composto por vários níveis, que podem ser completados em cerca de 10 a 15 horas. Para os mais dedicados, a busca por todos os colecionáveis pode facilmente duplicar esse tempo.
Cada nível apresenta desafios únicos, garantindo que a experiência nunca se torne repetitiva. Um exemplo é uma perseguição intensa com um dragão gigante em direção à câmara, enquanto outro nível leva o jogador numa aventura de carrinho de mina. Além disso, existem itens para colecionar, como as letras que formam a palavra NIKO, e salas de bónus escondidas para quem gosta de explorar. No entanto, apesar do excelente design dos níveis, Nikoderiko não apresenta muitas ideias próprias, optando por reciclar elementos já familiares para os fãs de plataformas clássicos.
Mundo e história
A narrativa de Nikoderiko é simples, mas funcional, servindo como pano de fundo para a aventura. O jogo segue Niko e Luna, dois mangustos exploradores em busca de um artefacto mágico numa ilha distante. No entanto, a sua missão é interrompida por Grimbald e os seus lacaios, forçando-os a enfrentar os perigos da ilha para recuperar o que consideram ser seu por direito.
Embora a história não seja o foco principal, existem momentos de construção do mundo que ajudam a dar alguma coesão à experiência. Entre os níveis, os jogadores podem assistir a diálogos entre personagens, com voz completa, que introduzem aliados e inimigos excêntricos. Estes pequenos detalhes ajudam a criar uma sensação de progressão, tornando o mundo de Nikoderiko mais vibrante e interessante.
Grafismo
Visualmente, Nikoderiko impressiona pela sua variedade e criatividade. Cada nível apresenta um ambiente único, desde florestas luxuriantes a fábricas sombrias, com um design que destaca a personalidade do mundo. Os tempos de carregamento podem ser frustrantes, com alguns níveis a demorarem até 40 segundos a carregar. Embora estes problemas sejam menos frequentes após um patch lançado recentemente, ainda podem surgir ocasionalmente, juntamente com pequenos bugs que quebram ligeiramente a imersão.
Som
A banda sonora de Nikoderiko é um dos seus pontos altos, contando com a assinatura do lendário compositor David Wise, conhecido pelo seu trabalho em Donkey Kong Country. A música mistura elementos atmosféricos e divertidos, capturando perfeitamente o espírito da aventura. Apesar de não alcançar os picos dos seus trabalhos mais icónicos, como Aquatic Ambience, a banda sonora mantém um padrão de qualidade elevado, sendo recomendada a utilização de auscultadores para uma melhor experiência. Os efeitos sonoros e a dobragem também merecem destaque. A interação entre personagens é enriquecida pela inclusão de vozes, adicionando um toque de charme ao jogo. Este cuidado na apresentação sonora ajuda a reforçar a identidade de Nikoderiko como uma experiência imersiva e bem polida.
Conclusão
Nikoderiko: The Magical World é uma adição sólida ao género de plataformas, oferecendo uma jogabilidade divertida, níveis bem desenhados e uma banda sonora memorável. Para os fãs de clássicos como Donkey Kong Country e Crash Bandicoot, é uma experiência que merece ser jogada, especialmente noutras plataformas onde o desempenho é superior. Mesmo com as suas limitações, Nikoderiko prova que a nostalgia bem executada pode ainda ser uma fórmula vencedora.
