Análise: VOIN

Introdução

VOIN é um jogo ao estilo Souls desenvolvido por Nikita Sozidar e publicado pela tinyBuild. Apesar de ser a primeira incursão do desenvolvedor como criador a solo, a demo já mostra um jogo bastante promissor. VOIN tenta capturar a essência dos jogos desafiantes e sombrios que popularizaram o género, oferecendo uma experiência com mecânicas envolventes, um mundo vasto e uma narrativa intrigante. Ainda que esteja em desenvolvimento, a demo deixa claro que este jogo tem uma base sólida e potencial para crescer em algo memorável. Neste artigo, analisamos os principais aspetos desta demo e destacamos o que já está bem conseguido e o que ainda pode ser melhorado.

Jogabilidade

VOIN aposta numa jogabilidade desafiante com mecânicas de combate reminiscentes dos jogos Souls-like. Cada confronto exige reflexos rápidos e uma boa dose de paciência. O jogo apresenta diferentes tipos de ataques e movimentos especiais que tornam os combates dinâmicos. Um dos pontos altos é a possibilidade de executar ataques de investida com a espada embainhada, uma adição que oferece novas opções táticas em combate. A mobilidade é outro elemento forte em VOIN. O protagonista consegue mover-se de forma fluida pelo campo de batalha, o que permite criar estratégias variadas para enfrentar grupos de inimigos. Até agora, dois movimentos especiais estão disponíveis, cada um oferecendo vantagens táticas distintas. No entanto, ainda faltam alguns detalhes importantes, como os efeitos passivos dos itens e equipamentos, que certamente enriquecerão a experiência no futuro. Embora a dificuldade do combate seja elevada, este desafio faz parte da identidade do género. Os encontros são exigentes mas justos, incentivando os jogadores a aprenderem com os erros e a adaptarem-se às situações. A curva de aprendizagem é acentuada, mas recompensa os jogadores que persistem e dominam os sistemas do jogo.

Mundo e história

A história de VOIN é sombria e envolvente. O jogo coloca-nos na pele de um servo de um mago negro, cuja missão é erradicar uma praga devastadora que consumiu toda a vida. Esta narrativa serve de base para as batalhas contra bosses, cada uma delas conectada de forma coesa à história principal. A ligação entre a narrativa e os confrontos é um dos pontos fortes do jogo, ajudando a criar uma experiência imersiva. O mundo de VOIN é vasto e está em constante expansão. Apesar de ainda estar incompleto, o que já existe é impressionante. Existem diversas áreas para explorar, e a possibilidade de teletransportar-se entre pontos facilita a navegação. No entanto, morrer pode ser frustrante, pois implica uma longa caminhada de regresso ao ponto onde caímos. Felizmente, estão planeados pontos de viagem rápida, o que deverá melhorar significativamente a experiência de jogo. A atmosfera sombria e opressiva contribui para a imersão, e cada região parece ter a sua identidade própria. Há pequenos bugs em algumas zonas, especialmente perto ou na água, mas nada que comprometa a jogabilidade de forma significativa.

Grafismo

VOIN apresenta um estilo visual retro que combina bem com o tom do jogo. Os gráficos podem não ser dos mais avançados, mas têm um charme especial que evoca jogos clássicos. Este estilo old school ajuda a diferenciar VOIN de outros jogos do género e oferece uma experiência nostálgica sem comprometer a qualidade geral. Apesar disso, há alguns aspetos que podem ser melhorados. Certos elementos do cenário e alguns modelos de inimigos podiam ter mais detalhe ou animações mais fluidas. Com algumas melhorias visuais, VOIN pode facilmente elevar-se a um patamar superior. Mesmo assim, o que está presente na demo é competente e consegue transmitir bem a atmosfera sombria e decadente que o jogo pretende criar.

Som

A componente sonora de VOIN é um dos seus pontos fortes. A música é intensa e emocionante, criando uma atmosfera envolvente que transforma cada combate numa experiência memorável. Jogar com o volume no máximo é uma experiência imersiva, especialmente com um bom sistema de som ou auscultadores. Os efeitos sonoros são igualmente competentes, com cada ataque e movimento a ter um impacto auditivo satisfatório. Os sons ambiente ajudam a dar vida ao mundo de VOIN, desde o tilintar do metal durante o combate até aos sons subtis da natureza em cenários mais abertos. No entanto, é aconselhável ajustar o volume dos auscultadores, pois a intensidade sonora pode ser um pouco excessiva em certas sequências.

Conclusão

VOIN é uma promissora entrada no género Souls-like, especialmente considerando que é o primeiro projeto de um desenvolvedor a solo. A jogabilidade desafiante, o mundo vasto e a narrativa envolvente são indicadores claros do potencial deste jogo. Apesar de ainda existirem elementos a serem refinados, como os efeitos dos itens e algumas melhorias gráficas, a base já é bastante sólida. Os combates são divertidos e exigem estratégia, e o mundo é suficientemente interessante para manter os jogadores investidos. Os pequenos bugs presentes não comprometem a experiência global, e é animador saber que mais funcionalidades estão a caminho. Neste momento, VOIN merece uma classificação de 4 estrelas, mas tem todas as condições para se tornar num jogo de 5 estrelas quando for lançado na sua versão completa. Estamos ansiosos para ver como este projeto irá evoluir e que novos desafios nos reserva.

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