Introdução
Em 2024, o género Metroidvania recebeu uma variedade de títulos de destaque que capturaram a atenção dos fãs, e AWAKEN: Astral Blade foi um dos mais aguardados. Desenvolvido pela Dark Pigeon Games, um estúdio chinês, AWAKEN apresenta uma protagonista feminina, algo pouco comum no género, e oferece uma experiência que combina exploração e ação num vasto ambiente. A sua protagonista, Tania, uma jovem biónica, é guiada pelo seu inventor, Dr. Herveus, numa missão perigosa pelas Ilhas Horace. Embora o jogo possua muitos dos elementos esperados de um Metroidvania, como combate e exploração interligados, falha em alguns aspetos cruciais que afetam a experiência de jogo de forma significativa.
Jogabilidade
AWAKEN: Astral Blade oferece uma jogabilidade sólida, mas com alguns defeitos que impedem o jogo de se destacar entre outros do género. Tania tem à sua disposição uma combinação de ataques terrestres e aéreos, que podem ser aprimorados com base no timing e nas habilidades adquiridas. O jogo possui uma variedade de armas, cada uma com usos específicos, como a foice, que é mais eficaz em lutas contra grupos de inimigos. No entanto, as opções de armas são limitadas e poderiam ter sido introduzidas mais cedo na história para uma maior diversidade de combate. Um ponto positivo é a adaptabilidade da dificuldade, que permite ao jogador diminuir a dificuldade em momentos mais desafiantes, mas o jogo pode ser surpreendentemente fácil no início, só aumentando em dificuldade à medida que se avança. Os bosses são um dos destaques da jogabilidade, com lutas intensas e desafiantes que exigem um bom domínio dos movimentos de bloqueio e esquiva.
Mundo e história
A narrativa de AWAKEN: Astral Blade gira em torno da exploração das Ilhas Horace, onde a protagonista descobre que a fauna local se transformou em mutantes hostis devido à influência da Energia Carpus. A história, contudo, é bastante linear e não apresenta nada de inovador ou envolvente. A narrativa lembra outros jogos do género, como Afterimage, sem oferecer muitos motivos para o jogador se envolver emocionalmente com o enredo ou os personagens. O diálogo, particularmente na versão em inglês, parece desajeitado e desprovido de vida, o que pode ser um reflexo de problemas na tradução. A estrutura linear do jogo, porém, faz com que seja fácil para o jogador seguir os objetivos sem se perder, o que minimiza o tempo gasto a vaguear desorientado, um problema comum em muitos jogos do género Metroidvania.
Grafismo
Visualmente, AWAKEN: Astral Blade é apelativo, com cenários vibrantes e detalhados que capturam bem o ambiente das Ilhas Horace. A paleta de cores e o design das áreas são agradáveis, e o jogo oferece uma experiência visual imersiva que enriquece a exploração. No entanto, há alguns problemas notáveis, como a rigidez dos movimentos de Tania, que parecem desajustados e um pouco artificiais, e o design das suas proporções, que não condizem com a arte do retrato da personagem. Apesar disso, os gráficos são um dos pontos fortes do jogo e conseguem compensar algumas das falhas em outros aspectos da experiência.
Som
O design sonoro de AWAKEN: Astral Blade deixa a desejar, sem grandes momentos de destaque. A banda sonora é esquecível, com melodias suaves que se misturam com o ambiente, sem criar grande impacto. Os efeitos sonoros também são limitados, com alguns sons de fundo que conseguem aumentar a atmosfera do jogo, mas sem proporcionar uma experiência sonora marcante. AWAKEN inclui algum voice acting, mas a atuação é mediana e não ajuda a melhorar a imersão. Por outro lado, alguns detalhes sonoros, como os passos de Tania em diferentes superfícies, dão um toque subtil de realismo ao ambiente, ainda que insuficiente para fazer do design sonoro um verdadeiro ponto positivo.
Conclusão
AWAKEN: Astral Blade é uma experiência mista no mundo dos jogos Metroidvania. A Dark Pigeon Games criou um mundo visualmente interessante, com um sistema de combate que cumpre o essencial, mas que não se destaca no meio de tantos jogos de qualidade no género. A história é relativamente fraca e linear, com personagens que poderiam ter sido mais exploradas e diálogos que deixam muito a desejar. Embora o combate e a exploração possam ser divertidos, especialmente nas lutas contra bosses, a repetição dos inimigos e as mecânicas de combate básicas tornam o jogo cansativo com o passar do tempo. No geral, AWAKEN: Astral Blade é um jogo que poderá satisfazer fãs do género que procurem uma nova experiência, mas sem esperar uma grande inovação. Para os curiosos, talvez seja uma boa escolha esperar por uma promoção antes de comprar.