Introdução
Sofie: The Echoes apresenta-se como um título ambicioso no género de survival horror, com uma protagonista forte e um cenário macabro que rapidamente capturam a atenção. Desenvolvido pela Working Game Studio Ltd., o jogo promete uma narrativa intensa, colocando os jogadores na pele de Sofie enquanto tenta sobreviver num hospital sombrio infestado de zombies. Contudo, esta premissa interessante e a atmosfera cinematográfica inicial rapidamente são ofuscadas por uma experiência pouco refinada e cheia de problemas técnicos. A sensação de que o jogo poderia ter sido algo marcante acaba por ser frustrada por falhas de design e uma execução instável.
Jogabilidade
Logo ao iniciar, o jogador percebe que a jogabilidade de Sofie: The Echoes é limitada. A ausência de tutoriais parece uma tentativa de criar um ambiente de tensão e desespero, mas na prática, acaba por aumentar a confusão e frustração. Sofie é lançada em corredores infestados de obstáculos, onde o jogador é obrigado a tentar várias ações básicas através de tentativa e erro. O jogo apresenta ainda um sistema de controlo pouco intuitivo, onde ações essenciais como saltar e interagir são atribuídas ao mesmo botão, criando um ambiente frustrante. Na tentativa de criar momentos de sobrevivência tensos, o jogo oferece armas pouco eficazes e a mecânica de cobertura é quase inexistente, fazendo com que o confronto com inimigos armados seja uma experiência desequilibrada.
Mundo e história
A história de Sofie: The Echoes é prometedora, centrada numa protagonista que se vê mergulhada num cenário de terror e violência. O jogo introduz-nos num hospital sombrio e hostil, onde a presença de zombies e soldados armados contribui para uma atmosfera de perigo constante. A narrativa é reforçada por uma introdução intensa e visualmente impactante, mas, à medida que o jogo avança, os elementos da história perdem-se devido à frustração gerada pela jogabilidade e aos problemas técnicos. A imersão na trama acaba por ser interrompida por falhas que limitam a progressão e tornam difícil acompanhar a jornada de Sofie. O potencial de criar uma ligação emocional com a protagonista desvanece-se, substituído por uma experiência que se torna repetitiva e pouco envolvente.
Grafismo
Sofie: The Echoes começa com um impacto visual interessante, oferecendo uma introdução cinematográfica que impressiona pela sua atmosfera sombria e detalhada. A escolha de iluminação e o design dos cenários refletem bem a temática de horror, com corredores escuros e detalhes degradados que sugerem um ambiente abandonado e perigoso. No entanto, o nível de polimento decresce rapidamente, com animações pouco fluídas e problemas de física que tornam a experiência visual inconsistente. Muitos dos inimigos reagem de forma desajeitada quando derrotados, e as personagens apresentam movimentos pouco realistas, o que acaba por quebrar a imersão. A qualidade gráfica geral sofre bastante com a falta de otimização, e elementos como clipping e personagens que atravessam paredes são comuns ao longo da experiência.
Som
O trabalho sonoro em Sofie The Echoes é eficaz em alguns momentos, especialmente durante a abertura, onde os sons perturbadores e uma narração impactante contribuem para o ambiente de tensão. Contudo, o design sonoro não consegue manter o mesmo nível de qualidade ao longo do jogo. Os efeitos sonoros dos combates carecem de profundidade e tornam-se repetitivos, não oferecendo a intensidade que seria esperada de um jogo deste género. A música e os efeitos que tentam transmitir um ambiente de horror tornam-se rapidamente cansativos e repetitivos, e os diálogos, quando presentes, não conseguem criar a ligação emocional necessária para uma história de sobrevivência como esta. A qualidade do áudio, em geral, fica aquém daquilo que o jogo prometia inicialmente.
Conclusão
Sofie: The Echoes surge com uma proposta interessante e um início promissor, mas a execução deixa muito a desejar. A jogabilidade pouco refinada, aliada a controlos confusos e mecânicas mal implementadas, tornam a experiência frustrante e difícil de apreciar. A narrativa tem potencial, mas a repetição de erros e as falhas técnicas acabam por desviar a atenção da história e dos momentos de suspense. Graficamente, o jogo apresenta um estilo inicial convincente, mas o visual inconsistente e os problemas de física quebram a imersão que a atmosfera tenta criar. Em termos de som, o jogo começa bem, mas perde qualidade à medida que se avança, tornando-se repetitivo e incapaz de manter a tensão. Sofie: The Echoes precisa de muitas correções e melhorias para atingir o seu potencial. Até lá, este título é uma experiência a evitar, pois o estado atual prejudica seriamente a sua jogabilidade e o seu impacto como jogo de terror.
