Antevisão: Wildkeepers Rising

Wildkeepers Rising é mais um título a juntar-se ao crescente número de jogos inspirados no fenómeno Vampire Survivors. No entanto, este jogo não é apenas mais uma cópia com uma nova skin. Apesar de ainda estar em acesso antecipado, Wildkeepers Rising apresenta uma fórmula própria, apostando na fantasia, em mecânicas únicas de recrutamento de criaturas e numa estrutura de missões que o distingue da concorrência. Se Brotato e Deep Rock Galactic: Survivor já mostraram que o género tem margem para crescer, Wildkeepers Rising vem confirmar que há muito mais por explorar neste estilo de jogo.

Jogabilidade

A jogabilidade segue a base conhecida dos jogos do género: o jogador é lançado num mapa e tem de sobreviver contra vagas intermináveis de inimigos, recolhendo experiência, melhorando as suas habilidades e tentando resistir o máximo possível. Contudo, Wildkeepers Rising introduz uma reviravolta interessante — os guardiões. Estas criaturas mágicas, encontradas em ovos flutuantes espalhados pelo mapa, podem ser recrutadas para lutar ao nosso lado, formando uma pequena equipa que cresce à medida que a missão avança. Cada guardião é único e desempenha funções distintas em combate. Há criaturas que absorvem o aggro dos inimigos, outras que espalham projéteis devastadores ou ainda que curam o grupo. A escolha de aliados tem um impacto enorme na estratégia, e combiná-los de forma eficaz é essencial para o sucesso. Para além disso, os jogadores têm a possibilidade de ativar manualmente o ataque especial de cada criatura, algo invulgar neste género e que adiciona uma camada tática muito bem-vinda. Estes ataques podem inverter o rumo de um combate, seja para limpar o ecrã de inimigos ou para criar espaço para respirar.

A progressão durante as missões é feita através de um sistema de níveis. Cada subida de nível dá acesso a uma de quatro melhorias aleatórias, que podem aplicar-se tanto ao personagem principal como aos seus guardiões. Com um limite de nove níveis para o jogador antes de se começar a investir apenas nos guardiões, é fundamental escolher bem os upgrades, equilibrando poder de ataque, defesa e utilidade.

Mundo e história

Apesar do foco estar claramente na jogabilidade, Wildkeepers Rising não ignora o seu mundo e oferece uma estrutura de missões que quebra a monotonia do simples ato de sobreviver durante um tempo definido. Em vez de se limitar a desafios de resistência, o jogo propõe objetivos variados, como destruir bases inimigas ou resgatar novos guardiões. Esta abordagem mais dirigida torna cada missão diferente e impede que a repetição se torne um problema tão rapidamente como noutros títulos do género. Entre missões, o jogador regressa a uma área central onde pode investir os recursos recolhidos em melhorias permanentes. Existem doze atributos base que podem ser potenciados com materiais coloridos, e um sistema de árvore de habilidades que desbloqueia novas ações e vantagens passivas. Há também um quadro de missões secundárias, incentivando o jogador a atingir metas específicas para obter recompensas adicionais. Mesmo nesta fase de acesso antecipado, a estrutura de progressão e desenvolvimento de personagem já mostra bastante profundidade.

Grafismo

Um dos maiores destaques de Wildkeepers Rising é, sem dúvida, o seu estilo visual. Com personagens e criaturas desenhadas à mão, o jogo consegue criar uma identidade artística muito própria. O trabalho visual brilha especialmente quando o ecrã se enche de inimigos e efeitos, mantendo sempre a clareza necessária para que a ação nunca se torne confusa. É raro ver um jogo do género com este nível de atenção ao detalhe gráfico, e isso ajuda bastante na imersão. Os guardiões, em particular, têm designs distintos e memoráveis, desde bisontes massivos até aranhas que cospem ovos explosivos. O mundo que os rodeia, apesar de funcional, serve bem como palco para os combates intensos sem roubar o protagonismo aos efeitos e às personagens.

Som

A componente sonora de Wildkeepers Rising cumpre o seu papel sem grande destaque. As músicas são apropriadas e ajudam a manter o ritmo frenético das batalhas, mas não se destacam especialmente. Os efeitos sonoros são satisfatórios, com impactos que transmitem bem o poder dos ataques e as ações dos guardiões. Há um certo charme na variedade de sons emitidos pelas criaturas, que ajuda a dar-lhes personalidade, mesmo sem diálogos ou vozes. É possível que futuras atualizações melhorem este aspeto, com trilhas mais memoráveis ou elementos de som mais marcantes. Por agora, o som serve mais como apoio à ação do que como elemento central da experiência.

Conclusão

Wildkeepers Rising é um dos jogos mais promissores dentro do género de sobrevivência automática. A adição de guardiões controlados de forma ativa, a variedade de missões e o sistema de progressão bem estruturado distinguem-no dos seus pares. Mesmo em acesso antecipado, o conteúdo já disponível garante várias horas de diversão, e as futuras atualizações prometem enriquecer ainda mais a experiência. A estética cuidada, as mecânicas únicas e a jogabilidade viciante tornam Wildkeepers Rising num título a ter debaixo de olho, especialmente para quem já esgotou o que Vampire Survivors e os seus clones têm para oferecer. Se este for o caminho que o género vai seguir, então estamos perante uma nova era de jogos de ação estratégica que merecem toda a nossa atenção.

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