Como se faltassem jogos fantásticos este ano aparece Brothers: A Tale of Two Sons, um jogo que quebra com alguns padrões e conta uma história que nos irá fazer pensar a todos. É uma história simples, a de dois irmãos que tentam salvar o seu pai. Para isso vão ter que encontrar uma água especial que irá curar tudo o que o aflige. Não é um jogo que tenta fazer os jogadores chegar ao fim o mais rápido possível para ver o que acontece, porque o importante aqui é a viagem. Uma viagem que vai desde montes verdejantes até cidades geladas habitadas apenas pelo vazio.
É uma aventura que relembra outros tempos com a diferença de que aqui controlamos duas personagens. O jogo não se chama A Tale of Two Sons por acaso. Os jogadores vão ter que controlar os dois irmão através dos desafios do jogo e alguns bosses, o que demora normalmente até quatro horas, dependendo da exploração. O controlo dos dois irmãos está divido pelo comando. Cada um dos analógicos controlam um dos irmãos, assim como cada um tem direito a um dos gatilhos para as suas acções. Em termos teclas pouco mais existe, a não ser os bumpers para rodar a câmara uma vez que não existe segundo analógico.
Obviamente este tipo de setup da jogabilidade é um pouco confuso no inicio. Os jogadores andam já à duas gerações a utilizar os analógicos para controlar uma personagem e a câmara e ter que recorrer a botões para o fazer e lembrarmos-nos que o outro analógico é para controlar um dos irmãos não é propriamente algo que nos vem logo à cabeça, mesmo que seja bastante fluido e intuitivo.
Maior parte dos puzzles implicam que se domine este esquema de controlos, sendo necessário utilizar os dois irmãos como se este se trata-se de um jogo coop. Isso faz com que quando finalmente conseguimos dominar as suas particularidades Brothers: A Tale of Two Sons é completamente satisfatório, mas um pouco mais de polimento não era mal vindo.
O melhor do jogo é a forma como a história se desenrola e a viagem dos dois irmãos nos é apresentada, de forma em que durante grande parte do jogo não nos sentimos realmente como se estivesse-mos a jogar um jogo, mas simplesmente a acompanhar a viagem dos dois irmãos. Não há puzzles impossíveis e estes estão tão bem integrados no jogo que parecem apenas uma continuação da viagem e não desafios separados.
Resolver estes puzzles parece natural e não envolve backtracking nenhum ou procuras incessantes de itens como em muitos jogos de aventura, o que o torna bastante mais moderno do que seria de esperar. Da mesma forma caminho no mundo do jogo é um dos pontos fortes, pois o mundo criado pela Starbreeze é dos mais belos que vão encontrar. A fantasia não é demasiado elaborada e está bem misturada nos elementos completamente naturais e humanos que o restante jogo apresenta.
Se quiserem simplesmente correr pela história principal é possível, mas vão estar a jogar Brothers da forma errada. Apesar de a história que o jogo conta ser fantástica, são as pequenas histórias secundárias que dão contexto ao mundo que rodeia os dois irmãos que torna o jogo tão especial. O jogo torna contornos mais maduros à medida que vão avançando na aventura o que torna este conto de fadas um dos jogos que mais recomendaria pela sua história.
Brothers: A Tale of Two Sons é um jogo surpreendente. Aparece sem grande exposição, o que aumenta mais o efeito surpresa e surpreende todos que lhe tocarem. Inova em alguns aspectos, mas é a forma como pega em algo que é relativamente familiar a todos os jogadores que poderia ser usado para mais uma experiência mediana e o torna memorável que faz deste um jogo a relembrar no futuro. Obviamente tem problemas, mas não é deles que se vão lembrar assim que acabaram o jogo.